Crítica | Castlevania: Nocturne

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Sam Deats conseguiu dirigir com maestria a série, fazendo com a história se conectasse em cada episódio

Autor Gabriel Barbosa
Gabriel Barbosa

Publicado em 28 de Setembro de 2023, às 12h05

Richter Belmont se desenvolve ao longo dos 8 episódios de Castlevania: Nocturne. Foto: DivulgaçãoRichter Belmont se desenvolve ao longo dos 8 episódios de Castlevania: Nocturne. Foto: Divulgação

A série “Castlevania: Nocturne” conseguiu manter a essência de sua antecessora. Passando 300 anos após os eventos originais conhecidos, os episódios estão disponíveis na Netflix.

Embora levemente inspirada na saga do jogo “Rondo Of Blood”, o enredo vai muito além da história de Richter Belmont, um jovem de dezenove anos cuja vida é transformada ao longo da série. A trama se desenrola durante a Revolução Francesa de 1720, surpreendendo os espectadores.

O diretor, Sam Deats, foi surpreendente ao construir um enredo extremamente completo, uma verdadeira colcha de retalhos que se conecta de maneira excepcional, contribuindo para a história da série, deixando a entender que não é um ponto final em detalhes sem explicação. O tom sombrio e o horror característicos do universo de Castlevania foram mantidos com excelência.

A série apresentou uma enxurrada de informações, trazendo personagens diversos, mas que certamente terão seu desfecho na possível continuação. Além dos conflitos entre humanos e vampiros, a série explorou questões políticas de forma eficaz ao longo dos 8 episódios. Ela ilustra como as pessoas podem se iludir com uma visão de mudança.

Nocturne se passa durante a Revolução Francesa e os vampiros estão envolvidos nesse fato histórico, sendo que na verdade seus planos não são somente apoiar um lado desse conflito, mas sim dominar o mundo.

A série traz uma vilã, que pode ser temida por alguns dos jogos, Erzebet Báthory, que surge com roupas divinas, se apresentando como ‘Messias’, que salvará os vampiros da escuridão e fica nãos mãos de Richter Belmont enfrentá-la e impedir seus planos.

Belmont não está sozinho nessa jornada, e ao lado dele estão Maria Renard, Edouard, e Annette, que representa a cultura afro-americana e e este é um aspecto importante quando se trata de revolução e que foi habilmente integrado ao contexto de Castlevania, entre vampiros e humanos.

Richter Belmont em Castlevania: Nocturne. Foto: Divulgação

A temporada apresentou muitas tramas paralelas e histórias que ainda não tiveram um desfecho definitivo, mas todas contribuíram para o desenvolvimento da série. O roteiro e a direção foram bem-sucedidos em entregar o que o público deseja, surpreendendo com reviravoltas inesperadas.

Em alguns momentos, o enredo parece mais preocupado em fornecer detalhes e contextos não explicados, propositalmente deixando muitos pontos em aberto para que o público possa preencher essas lacunas, criando expectativa para os próximos passos. As batalhas foram intensas e bem executadas, impressionando visualmente e mantendo a qualidade da temporada anterior.

Além das questões políticas, a primeira temporada de Nocturne também explorou problemas familiares e questões religiosas. Isso evidencia que ninguém, nem mesmo aqueles que lutam para salvar o mundo, estão livres de problemas que vão além deles mesmos.

Todo esse contexto foi construído de maneira impressionante, como uma bala que atravessa paredes sem perder sua força. Assim como a série anterior, esta temporada continuou a mostrar elementos essenciais, como a perda da própria humanidade, a fé cega e a confiança.

Esta primeira temporada não decepcionou, pelo contrário, cativou os espectadores, deixando-os ansiosos por mais episódios de Castlevania: Nocturne. A história dos personagens apresentada é fantástica e contribui de forma significativa para o enredo, evitando deslizes no roteiro e nos diálogos.

Em suma, “Castlevania: Nocturne” superou as expectativas com seu enredo inovador. A trama apresentou diversos plot twists, mas nenhum se compara ao grande final, deixando-nos ansiosos por mais episódios e uma continuação.