Crítica | O Tio de Outro Mundo (2022)

Depois de um acidente com um caminhão, Yousuke Shibazaki, tio de Takafumi Takaoka, entra em coma por 17 anos. Quando ele finalmente ganha consciência novamente, o Tio começa a falar uma língua estrangeira e releva que foi transportado para um mundo mágico chamado Gran Bahamal. Takafumi não acredita em seu Tio até que ele lança um feitiço que faz com que um copo de água fique pairando no ar. Algo que eles utilizam para criar um canal no Youtube para demonstrar todas as habilidades mágicas dele.

A responsabilidade agora cai nos ombros de Takafumi que precisa colocar seu Tio a par de tudo que aconteceu enquanto ele estava no mundo mágico. Incluindo coisas como a internet, as novas tecnologias e, surpreendemente, o que aconteceu na guerra dos consoles dos anos 90, que teve um final bem desinteressante para os fãs hardcore da SEGA.

Esse tipo de anime tem um nome chamado Isekai. Onde basicamente acompanhamos as aventuras de uma pessoa do nosso mundo, que vivemos hoje, em um mundo de fantasia que normalmente se remete à um jogo de RPG, como Ragnarok, World of Warcraft e etc. Um tipo de anime que possui seus clichês e suas características, já que tem tantos outros expoentes do seu gênero.

Só que em O Tio de Outro Mundo temos algumas subversões dos grandes padrões que existem nesse tipo de história. Começando pelo gênero que sai da aventura épica onde precisamos nos importar com os personagens, seus poderes, e como vão avançando durante a história para focar basicamente na comédia.

Seja pelo fato de todos acharem que, por ele ser uma pessoa feia, ele é um Orc naquele mundo, uma piada que permeia quase toda a série. Até mesmo a inabilidade do Tio em entender pequenas sutilezas do comportamento humano, como quando alguém está gostando de você, por causa de sua inabilidade no mundo real anterior à sua aventura.

É um anime descompromissado, acho que passa um pouco do limite quando entra no ecchi exagerado, mas ainda assim gosto de como ele lida com os personagens e o mundo que foi construído. Focando pouco na parte de aventura, apesar de ter algumas lutas legais e um lore até que interessante, e sim na parte que interessa mais: a relação do Tio e Takafumi e sua inabilidade de ver o que acontece à sua frente.

Acho que vale a pena assistir, mas não sei se é um anime que consegue se manter por muito tempo sem ficar repetitivo. Esses 13 episódios para mim foram o suficiente e, talvez, avançar demais possa causar o efeito contrário e deixar a série mais chata. Algo que ainda não sei se vai acontecer, mas que claramente existe uma intenção após o último episódio.

Anime: O tio de outro mundo
Diretor: Shigeki Kawai
Estúdio: AtelierPontdarc
Distribuído pela: Netflix
Episódios: 13
Nota: 07/10