Junji Ito: Histórias Macabras do Japão (2023) – Crítica

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Compliado de 20 histórias muito interessantes, porém que desanimam o hype gerado com problemas técnicos claros na animação.

Léo Fuita

Publicado em 17 de Fevereiro de 2023, às 17h53

Junji Ito: Histórias Macabras do Japão (2023) – CríticaFoto: Divulgação
Foto: Divulgação / Netflix

Existem pouquíssimas adaptações da obra de Junji Ito. Por isso, essa é uma daquelas que estava cercada pelo hype dos fãs, o que, vindo da Netflix, passava a impressão que poderíamos ter algo interessante. Já que finalmente traria as histórias de horror que o autor adaptadas para animação de verdade, dando vida aquelas páginas que tanto são amadas pelos seus leitores. Só que, como nem tudo no mundo são rosas, esse hype acabou fazendo com que a decepção da obra fosse ainda maior.

Acho que podemos começar falando sobre a própria animação. O estúdio Deen, responsável por animes mais genéricos como Seven Deadly Sins, parece que teve pouco tempo para realmente trabalhar nessa série. Adotou um estilo de animação simples e que, na realidade, parece até preguiçoso em determinados momentos. Não sendo utilizado para acentuar o terror e horror, que era algo que poderíamos esperar de um anime desse gênero, parecendo só algo mal feito no final das contas. O que acaba causando problemas em praticamente todos os episódios.

Se a ideia é nos prender com histórias que, em sua grande maioria, são sim muito interessantes, a animação acaba destruindo boa parte das qualidades delas. Fazendo com que sustos sejam previsíveis e com que o próprio horror não causa nenhum efeito em quem está assistindo. Deixando com que nós nos sintamos cada vez menos envolvidos nas tramas que vão nos mostrando, mesmo que elas sejam muito diferentes e até mesmo interessantes.

Assim como a animação, a direção também parece que foi feita com pressa. Não utiliza de boa parte dos sustos de jeito interessante e os enquadramentos de cena são todos simples e, parece, sem nenhuma intenção aparente de nos fazer realmente ficarmos aterrorizados com o que vemos.

Foto: Divulgação / Netflix

Da minha parte, eu só fiquei interessado e posso dizer que gostei de 3 histórias dentro da série. A primeira parte do episódio 8, Camadas de Terror. O episódio 9, Foto de Tomie. E a primeira parte do último episódio, Mulher que Sussura. Pouco para uma série que possui 12 episódios e mais de 20 histórias diferentes desse autor tão aclamado pela crítica e pelos leitores.

Não sei se existiu algum fator extra na produção para que se chegasse a esse resultado mas fico triste que não tenhamos uma animação mais legal de Junji Ito. Já que quase todas as hitórias que foram mostradas nesse anime tem premisas, no mínimo, interessantes e que poderiam ser melhor aproveitadas pelos realizadores dele. E você, o que achou dessa nova adaptação?

Título – Junji Ito: Histórias Macabras do Japão (2023)
Streaming – Netflix
Estúdio – Studio Deen
Episódios – 12
Nota – 5 / 10