Astros de Hollywood lideram proposta para encerrar greve de atores
Grandes nomes da indústria cinematográfica pressionaram pelo aumento na tributação de rendimentos para encerrar a paralisação.
Publicado em 20 de Outubro de 2023, às 21h42
De acordo com a Variety, astros de Hollywood, incluindo George Clooney, Scarlett Johansson e Tyler Perry, estão liderando uma proposta para encerrar a greve em andamento do SAG-AFTRA (Sindicato dos Atores dos EUA).
A iniciativa visa aumentar a tributação de seus rendimentos próprios para atender às demandas da categoria e reverter a paralisação que afeta a indústria do entretenimento.
Segundo o site, após uma série de negociações infrutíferas, esses atores influentes realizaram uma reunião por Zoom na tarde da última terça-feira (17) com Fran Drescher, presidente da SAG-AFTRA, e Duncan Crabtree-Ireland, o diretor-executivo do sindicato. Embora demonstrem apoio à greve, eles também manifestaram forte descontentamento com o fracasso das últimas negociações.
A lacuna nas negociações entre o sindicato e os grandes estúdios atingiu um valor significativo, estimado em cerca de US$ 480 milhões por ano, conforme a Variety relata.
Essa diz diferença respeito ao que o SAG-AFTRA está buscando em termos de uma nova fórmula residual de streaming – um montante de 500 milhões de dólares – em comparação com a disposição atual dos estúdios de pagar apenas 20 milhões de dólares.
Além das questões relacionadas aos pagamentos por streaming, os dois lados também têm discordância em outros aspectos, como o uso de inteligência artificial nas produções audiovisuais e o aumento dos esforços mínimos dos atores.
O pagamento de resíduos é uma questão fundamental nessa greve, que tem raízes semelhantes à greve dos roteiristas de Hollywood, que recentemente chegou ao fim.
O sindicato dos roteiristas (WGA) aceitou uma proposta consideravelmente menor de aproximadamente US$ 5 milhões por ano, por parte dos estúdios.
No entanto, o SAG-AFTRA procura um valor muito mais elevado. A Variety divulgou que o sindicato propôs que cada plataforma de streaming pagasse 57 centavos por assinatura por ano, o que, de acordo com estimativas, equivaleria a menos de um selo postal de primeira classe por assinatura, ou um total anual de US$ 500 milhões em todas as plataformas.
Essa receita seria gerenciada por um fundo compartilhado e distribuído aos acionistas com base na audiência de seus projetos em cada plataforma.
Esta proposta do SAG-AFTRA é um benefício maior do que o WGA aceitou recentemente. Enquanto o WGA garantiu um bônus para programas de streaming mais populares, o sindicato aceitou um valor significativamente menor em comparação com a proposta atual do SAG-AFTRA.
A questão do pagamento de resíduos tem sido central nas negociações, e até o momento, os dois lados não chegaram a um acordo dominante.
No entanto, uma recente iniciativa liderada pelos astros de Hollywood, que propõe um aumento na tributação dos seus próprios rendimentos, pode ser um passo significativo na direção ao encerramento da greve e à retomada da indústria do entretenimento.