“Deuses e Monstros”: capitulo que dará narrativa para Cara de Barro
Conheça o capítulo “Deuses e Monstros” do DCU, criado por James Gunn, que será o espelho para o filme Cara de Barro
Publicado em 25 de Junho de 2025, às 09h00
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Ao confirmar que Cara de Barro estará dentro do universo principal da DC Studios, James Gunn reacendeu o debate sobre o capítulo “Deuses e Monstros”, nome dado à primeira fase do novo DCU.
Mais que um título simbólico, ele carrega uma proposta temática ambiciosa, que pretende reformular a forma como vemos os super-heróis e seus antagonistas nas telas e, principalmente, como lidamos com suas humanidades, falhas e mitologias.
Mas afinal, o que esse capítulo representa? Quais são seus personagens centrais? E por que a presença de Cara de Barro nesse momento específico pode indicar caminhos importantes para o futuro do DCU e até referências ocultas aos quadrinhos clássicos?
O que é o capítulo “Deuses e Monstros”?
“Deuses e Monstros” é o nome escolhido por James Gunn e Peter Safran para batizar a primeira fase oficial do novo universo cinematográfico da DC, após o reboot completo iniciado com Superman (2025).
Portanto, a ideia é simples, mas poderosa: mostrar como figuras com poderes divinos ou características monstruosas lidam com sua humanidade, com o mundo e entre si.
“Estamos interessados em personagens complexos, quebrados, que se veem como heróis, mas podem ser deuses… ou monstros”, disse Gunn ao anunciar a nova era do estúdio.
O capítulo é uma resposta direta aos erros narrativos do antigo DCEU. Então, ao invés de construir tudo em torno de eventos grandiosos e lutas épicas, essa nova fase busca focar na identidade, nas motivações e nos dilemas éticos de seus personagens, sejam heróis ou vilões.
Os projetos confirmados do capítulo “Deuses e Monstros”
James Gunn anunciou dez projetos oficiais como parte deste capítulo, entre filmes e séries. Cada um deles representa uma peça importante na construção desse universo interligado. São eles:
Superman (2025)
Dirigido por James Gunn, será o ponto de partida do novo DCU. Mostra um Clark Kent tentando equilibrar sua herança kryptoniana com os valores humanos. O filme é descrito como otimista, mas profundamente reflexivo.
The Authority
Um grupo de super-humanos que acreditam que os fins justificam os meios. Inspirados pelo selo WildStorm, eles desafiam os limites da moralidade – verdadeiros “deuses” que não pedem permissão para agir.
The Brave and the Bold
Filme que introduz o novo Batman do DCU, que terá como foco a relação entre Bruce Wayne e seu filho, Damian Wayne, o Robin criado pela Liga dos Assassinos.
Supergirl: Woman of Tomorrow
Baseado na HQ de Tom King, mostrará uma Supergirl menos idealista e mais endurecida, que cresceu em Krypton antes de sua destruição. Uma figura que carrega traumas — e monstros internos.
Swamp Thing
Um filme de terror que explorará as origens sombrias do Monstro do Pântano. Totalmente voltado ao horror, ele servirá como conexão com o lado oculto e místico do DCU.
Cara de Barro (Clayface)
Agora oficialmente confirmado como parte do DCU, o longa será um filme de horror corporal, abordando temas como identidade, vício e ego – exatamente o tipo de narrativa que encaixa no eixo “monstros” do capítulo.
Lanterns
Série investigativa focada nos Lanternas Verdes Hal Jordan e John Stewart. Descrita como “True Detective no espaço”, a série revelará uma ameaça central que conecta todo o DCU.
Creature Commandos
Animação com personagens bizarros da DC, incluindo Frankenstein, Weasel e outros soldados monstruosos que trabalham para o governo.
Booster Gold
Uma série de comédia sci-fi sobre um herói do futuro que volta ao presente tentando ganhar fama. Apesar do tom leve, a série tocará em temas como impostores e falsas imagens – possivelmente se conectando ao conceito de identidade abordado também em Cara de Barro.
📺 Waller
Série focada em Amanda Waller, interpretada por Viola Davis. Mostrará bastidores sombrios das operações secretas da DC, entrelaçando o que há de mais humano e mais monstruoso no poder.
O que Cara de Barro revela sobre o futuro do DCU?
A inclusão de Cara de Barro dentro do capítulo “Deuses e Monstros” é altamente simbólica. O personagem é monstruoso por fora, mas trágico por dentro, encaixando-se perfeitamente na dualidade proposta por James Gunn.
Além disso, o filme lidará com temas de inteligência artificial, deepfake e manipulação de imagem, o que sugere que o DCU não tratará apenas de poderes cósmicos e batalhas físicas, mas também das distorções da realidade moderna — outro tipo de “monstro”.
Essa abordagem pode indicar a presença de personagens como Lex Luthor, Maxwell Lord ou até mesmo o Ventríloquo e Scarface, figuras que exploram o controle, a ilusão e a perversão da verdade.
Influência dos quadrinhos: Deuses e Monstros além do nome
O título também faz referência indireta à animação Justice League: Gods and Monsters (2015), onde versões alternativas e moralmente ambíguas de Superman, Batman e Mulher-Maravilha atuam em um mundo brutal.
Aliás, essa HQ e filme exploraram a ambiguidade moral de seres poderosos que desafiam o conceito clássico de heroísmo, um reflexo direto do que Gunn pretende fazer agora em um universo canônico.
Além disso, nas HQs da Vertigo e da linha Black Label, a DC já explorou narrativas semelhantes, como Sandman, Monstro do Pântano e Constantine – histórias com deuses, monstros e homens tentando entender onde se encaixam nesse espectro. Gunn parece beber dessas fontes.
Por que esse capítulo é tão importante?
Mais do que apenas uma fase, “Deuses e Monstros” é uma declaração de intenções. James Gunn quer romper com o ciclo de narrativas previsíveis de super-heróis. Ele quer falar sobre trauma, vício, identidade, poder e perda. E quer fazer isso com coragem estética, usando o horror, a comédia, a tragédia e o drama em igual medida.
Então, para o público, isso significa experiências cinematográficas mais ricas e imprevisíveis. Para os fãs dos quadrinhos, é a chance de ver arcos antes considerados “difíceis demais” finalmente adaptados com fidelidade e maturidade.