James Gunn confirma: Cara de Barro não será Elseworlds. O que significa?

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Durante uma série de entrevistas e eventos recentes, James Gunn – diretor de Superman e co-CEO do DC Studios – confirmou um detalhe que pode parecer técnico, mas tem enormes implicações para o futuro do universo DC nos cinemas: o filme do Cara de Barro não será um projeto Elseworlds, mas sim parte do universo [

Gabriel Barbosa

Publicado em 27 de Junho de 2025, às 23h17

Elseworlds reúne histórias da DC que não fazem parte do universo oficialElseworlds reúne histórias da DC que não fazem parte do universo oficial. Foto: Divulgação

Durante uma série de entrevistas e eventos recentes, James Gunn – diretor de Superman e co-CEO do DC Studios – confirmou um detalhe que pode parecer técnico, mas tem enormes implicações para o futuro do universo DC nos cinemas: o filme do Cara de Barro não será um projeto Elseworlds, mas sim parte do universo principal do DCU, dentro do capítulo Deuses e Monstros.

A decisão, anunciada pelo próprio Gunn, quebra uma expectativa comum. Afinal, por ser um filme de terror corporal para maiores de 18 anos, muitos esperavam que Cara de Barro fosse uma produção isolada, no mesmo selo onde estão Coringa e The Batman. Mas não: ele estará no coração da narrativa oficial da nova fase da DC.

A confirmação de James Gunn

Em entrevista à Entertainment Weekly, Gunn explicou que o projeto surgiu de forma inesperada, após o roteirista Mike Flanagan apresentar uma proposta ousada e profundamente trágica para o personagem.

Aliás, o entusiasmo com o roteiro foi tão grande que o estúdio decidiu encaixá-lo diretamente no DCU, mesmo com seu tom sombrio e classificação indicativa alta.

“O filme é para maiores de 18, sim… e faz parte do nosso DCU. Não é Elseworlds. Precisávamos de conteúdo, e a proposta de Mike era forte demais para ignorar”, afirmou Gunn.

O que é Elseworlds e por que isso importa?

Elseworlds é o selo da DC Studios destinado a histórias fora da cronologia principal, sem obrigação de se conectar ao universo compartilhado. Exemplos disso são:

  • Coringa (2019) e sua continuação Folie à Deux
  • The Batman (2022), de Matt Reeves
  • Futuras séries ou filmes com abordagens alternativas

Quando uma produção é colocada em Elseworlds, ela ganha liberdade criativa, mas também se isola das demais histórias do DCU.

Já ao colocar Cara de Barro no universo principal, Gunn indica que as histórias sombrias, violentas e psicológicas também fazem parte da nova espinha dorsal da DC nos cinemas.

Por que incluir Cara de Barro no DCU principal?

A escolha revela um reposicionamento ousado do estúdio. O novo DCU quer ser diverso não apenas em personagens, mas em gêneros narrativos. E o terror, principalmente o horror corporal com crítica social, como será o caso de Cara de Barro, passa a ser tratado não como exceção, mas como parte fundamental do universo.

Além disso, inserir o personagem no capítulo Deuses e Monstros cria espaço para interações futuras com:

  • Batman, que pode confrontar um vilão trágico e complexo
  • Monstro do Pântano, que também protagonizará um filme de terror no DCU
  • Constantine, caso retorne em produções futuras envolvendo magia e corrupção da identidade
  • Outros personagens “quebrados”, que vivem entre o heroísmo e o grotesco

Um filme de horror, mas com impacto narrativo real

Descrito por Gunn como um “filme de terror que acontece dentro do DCU”, Cara de Barro não será apenas um conto isolado de tragédia. O roteiro de Mike Flanagan, baseado principalmente na versão de Matt Hagen, também irá abordar tecnologias como deepfake e inteligência artificial, temas centrais nas discussões atuais sobre identidade, imagem pública e controle digital.

Essas discussões têm potencial para reverberar em outras produções, conectando-se a narrativas mais amplas do DCU, que inclui investigações dos Lanternas, o cinismo de The Authority e os dilemas morais de Supergirl.

O futuro do DCU será múltiplo e mais sombrio

A inclusão de Cara de Barro no universo principal é um sinal claro de que o DCU de Gunn não será homogêneo. Em vez disso, ele abrigará filmes solares como Superman e narrativas densas como Swamp Thing e Cara de Barro, todos coexistindo no mesmo mundo.

Isso amplia as possibilidades e torna o DCU mais fiel à própria história dos quadrinhos, que sempre misturaram aventura, horror, ficção científica e tragédia humana.

Ao não relegar Cara de Barro a uma história paralela, James Gunn reivindica o horror como peça legítima do universo DC.

Isso abre caminho para um universo mais corajoso, maduro e conectado com os medos reais da sociedade onde não apenas os deuses voam, mas os monstros também caminham entre nós.