Crítica | Live-action de ‘Cavaleiros do Zodíaco – Saint Seya’
Com tons novelescos, pitadas hollywoodianas e referências de outras produções, a adaptação do anime Cavaleiros do Zodíaco não impressiona
Publicado em 28 de Abril de 2023, às 22h37
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O live-action de Cavaleiros do Zodíaco foi a nova aposta para as telas e estreou nos cinemas brasileiros no dia 27/04.
É certo dizer que os fãs ficam preocupados com qualquer anúncio de uma adaptação de anime. Afinal, o tempo disponível de roteiro e direção são muito curtos, dando liberdade poética para aqueles que estão por trás da obra colocarem aquilo que consideram mais importante, mas ainda assim, poucos elementos presentes na adaptação podem fazer a trama ir por água abaixo, como aconteceu em Attack on Titan e Fullmetal Alchemist.
O filme de Cavaleiros do Zodíaco, infelizmente, seguiu aquilo que já podíamos imaginar, deixando, em certo ponto a desejar em muitos fatores, desde o enredo do filme aos efeitos especiais, alguns dando a impressão que foram elaborados com baixo orçamento.
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Trazendo uma nova perspectiva, especialmente geográfica e dimensional, o filme segue Seiya (.J. Jr. Mackenyu) se descobrindo como o cavaleiro de Pégaso e conhecendo os poderes internos que estavam predestinados a ele desde criança. O personagem tem a missão de proteger a deusa Athena (Madison Iseman).
Desde aí, já sentimos uma grande diferença da história original, inclusive no tempo em que se passa, pois há muitas características atuais, como o uso da tecnologia, as roupas e todo o cenário ambientado, que podem resultar numa saudade do ambiente original da trama.
Enquanto assistimos, sentimos a referência em resquícios de outras produções, onde o protagonista carrega em si o desejo de herói e, aos poucos, vai se tornando mais forte para vencer seus inimigos e conseguir concluir sua missão no filme, de ser um herói, um dos maiores clichês hollywoodianos dos cinemas, mas também há referências do material original e esses são poucos.
A questão é que devido ao tempo curto, não podemos acompanhar uma evolução lenta, com um enredo mais construído, mas sim algo mais imediatista.
Apesar da trilha sonora ajudar a fixar nossos olhos nas telas, seu uso em excesso, pode ter, de certa forma, atrapalhado na trama. Os efeitos de sons, inclusive durante as lutas, para elucidar bem os socos e pancadas, foram usados em demasia. E, nessas partes, é impossível não perceber a referência em outra produção que também marcou uma geração, Power Ranger. Há muitos rodopios e pulos desnecessários na trama, o que podem fazer, em alguns momentos, as lutas serem ‘chatas’.
Além disso, parece que os diretores mergulharem em outras produções para escrever o enredo, onde no momento final da trama, relembramos a cena de Logan dando a própria vida para a salvar Jean em X-Men: Ordem da Fênix.
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O que pode se destacar, de forma breve, são as lutas, que apesar de contarem com um malabarismo desnecessário, prendem a nossa tensão e fazem nossos olhos acompanharem cada movimento da cena. Especialmente nessas cenas, os efeitos especiais poderiam ser mais desenvolvidos para melhorar a experiência. Se compararmos com outras produções, o CGI está alguns passos atrás.
Ainda, para deixar com mais ar de hollywood, acompanhamos um drama familiar e leves pitadas de romantismo na história, que podem ser considerados os principais pontos diferentes da história original e que vemos de forma mais comum nos cinemas e nas atuais produções.
É certo dizer que os pontos novelescos da atual produção não são o suficiente para prender a total atenção do telespectador, fazendo com que nossas mentes saiam das telas e vão para outro lugar.
Por ser uma adaptação de peso, isso é, a obra original ter marcado uma geração de fãs que na época ainda estudavam, chegavam da escola, muitas vezes acompanhados dos amigos, para assistir os cavaleiros usando seus poderes para proteger a Deusa da Guerra. Então, isso quer dizer que muitos têm um apego emocional com a história e esperavam uma grande produção, mas a experiência pode não ser muito agradável.
De certo, o filme se parece mais com uma inspiração do anime, do que uma adaptação fiel a trama e isso se dá pelo fato de que o tempo é escasso, mas o que foi colocado na trama, certamente foi construído muito bem.
Ainda assim, é um filme que merece uma chance, justamente por trazer uma nova perspectiva de algo do passado e ter se sobressaído de outras adaptações que foram lançadas nos últimos anos.
Agora, o que nos resta é aguardar as próximas produções da trama, que fica claro que o filme foi apenas um estopim para os outros filmes, que se chegarem as telas, precisarão serem mais trabalhados.