Crítica: série adolescência da Netflix
Adolescência”, da Netflix, é uma minissérie impactante que explora a radicalização juvenil e influências digitais.
Publicado em 21 de Março de 2025, às 08h21
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A minissérie britânica Adolescência, da Netflix, conquistou críticos e espectadores. Com apenas quatro episódios, tornou-se um dos títulos mais assistidos da plataforma. A produção recebeu elogios por sua abordagem impactante e pelo método inovador de filmagem. Mas, vale a pena assistir? Esse hype faz sentido? Vamos te contar.
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Jack Thorne e Stephen Graham criaram Adolescência, e Graham também atua na minissérie. A trama mostra Jamie Miller (Owen Cooper), um adolescente de 13 anos acusado de assassinar uma colega de escola. Sendo assim, a história investiga influências sociais negativas e o impacto do ambiente digital na juventude.
Além disso, Jack Thorne afirmou que desejava “olhar nos olhos da ira masculina”. A série destaca a influência de figuras como Andrew Tate e discursos misóginos na internet. A narrativa revela como esses fatores moldam a mentalidade juvenil e levam à violência extrema.
A direção de Philip Barantini se destaca por usar plano-sequência, sem cortes visíveis. Esse método adiciona realismo e urgência à narrativa. O público se sente imerso na história.
Esse formato reforça a tensão da trama. Aliás, no primeiro episódio, acompanhamos a prisão de Jamie. A invasão da polícia, o interrogatório e as reações de seu pai, Eddie Miller (Stephen Graham), ocorrem sem interrupção. Isso torna a experiência ainda mais angustiante.
Atuações excepcionais
Owen Cooper entrega uma performance impressionante. O jovem ator transita entre vulnerabilidade, raiva e confusão. Por isso, seu retrato de um adolescente influenciado por ideias destrutivas parece assustadoramente real.
Stephen Graham também brilha como o pai de Jamie. Ele transmite desespero e impotência diante da situação do filho. Erin Doherty, no papel da psicóloga infantil, se destaca. Sua interação com Jamie é um dos momentos mais impactantes da série. Então, a cena expõe o perigo da radicalização masculina e a dificuldade de reverter esse processo.
Um estudo social sobre a juventude moderna
Adolescência vai além de contar uma história envolvente. A série levanta questões essenciais sobre redes sociais e influências nocivas na identidade juvenil. Além disso, o enredo explora temas como bullying, misoginia e a falta de controle parental sobre o consumo digital.
A crítico Anita Singh, do Telegraph, descreveu a série como “devastadora”. Jake Kanter, do Deadline, afirmou que se trata de “uma das produções mais impecáveis da TV moderna”.
Portanto, a abordagem realista e provocadora de Adolescência a coloca entre as melhores séries dramáticas das últimas décadas.
Com atuações marcantes, direção ousada e uma história que reflete questões urgentes, Adolescência se destaca. A minissérie vai além do thriller dramático. Ela serve como um alerta sobre radicalização juvenil e influências negativas.
A execução impecável e a coragem em abordar temas polêmicos fazem de Adolescência uma das melhores séries televisivas dos últimos anos.