Crítica | The Flash
The Flash pode ter errado em diversos pontos, mas pode ser um filme essencial para entender os próximos passos da DCU
Publicado em 19 de Junho de 2023, às 23h02
O filme que prometia cenas épicas, colossais, um enredo de primeira, deixou a desejar em diversos pontos, e um deles, que pode ser perceptível de forma fácil, são os efeitos de CGI, que prejudicam a experiência.
A decepção maior vem quando lembramos de produções antigas que tinham uma qualidade mais elaborada, com poucas falhas que podiam ser captadas com facilidade pelos olhos.
Se ‘grandes efeitos’ especiais forem o seu estopim para ver The Flash nos cinemas, é certo dizer que seus olhos irão marejar enquanto assiste, mas de tristeza, pelo fato de saber que a obra que poderia ser revolucionária passa a impressão de que foi feita as pressas e de qualquer jeito.
A impressão que fica é que o realismo não era o ponto chave do filme e apesar de que podemos ficar impressionados em alguns momentos, não é o suficiente para nos impressionar, dando a entender que isso foi proposital.
Andy Muschietti poderia ter se dado o trabalho de exigir uma pós-produção ainda elaborada, para garantir efeitos visuais de primeira. Foi isso que, possivelmente, tenha feito The Flash arrecadar um valor menor que o esperado, US$ 55,1 milhões.
Pode ser errado afirmar que o diretor, que tem o filme Mama (2013), e as duas sequências de It (2017, 2019), tenha regredido alguns passos com The Flash, mas essa é a impressão que fica em relação ao CGI.
Fora isso, essa foi a primeira vez que vimos Ezra Miller como Flash atuando em um filme solo, portanto, ele teve um destaque maior que nos outros heróis. Nisso, tivemos a oportunidade de vê-lo atuando integralmente ao herói, que é insuficiente em alguns momentos. Faltando um pouco de expressão, carisma e até mesmo dramaticidade, é uma mágoa ainda mais que começa na boca do estômago e toma ainda maiores conforme assistimos.
O filme tem um ar dramático por trás, não só pelo fato da história de Barry Allen, mas por trazer também Ezra Miller de volta às telas, após as polêmicas que ele se envolveu. Sutilmente, é possível ver que a trama pode ser uma forma de retratação do ator, explorando com excesso um lado brincalhão, mas também um lado mais sério.
Por tratar o Flashpoint, linhas temporais, e paradoxos, o filme seguiu uma linha tênue, explicando com clareza em cada minuto os danos de uma viagem no tempo, o que pode ser difícil para algumas produções que abordam o mesmo assunto. Nisso, conseguiram incluir informações sobre isso, sem muitas voltas, o que faz o filme não ser cansativo.
Ainda, a trama brinca com a nostalgia do público, sem excessos, trazendo heróis do passado, como o Batman de Keaton, entre outros, que faz com que os olhos de muitos não saiam da tela.
Enquanto as cenas rasas acontecem, de CGI ou de atuação, o humor é garantido por parte de Barry, que é conhecido pelo seu jeito brincalhão nas HQs e animações, e pode ser isso que serve como leveza para carregar uma obra pesada que teve muitas falhas. As piadas e brincadeiras foram encaixadas perfeitamente no enredo, algo que preciso destacar, pois caso falhasse, faria a obra ir ainda mais por água abaixo.
Não só pelo humor, mas a curiosidade de saber se o final da trama será algo revolucionário nos fará esquecer momentos que nos fazem pensar o quão a obra pode ser grotesca.
O final serve doses de clímax que faltou nas horas em que assistimos a trama, claro que poderia ainda ter mais dramaticidade, então é normal sentir que o copo está longe de transbordar.
Para entender melhor o que acontecerá com as próximas produções da DCU, o filme pode merecer sua atenção, para evitar pontas soltas futuras.
Apesar dos percalços, a trama é agradável. O enredo foi construído de uma forma leve, o que facilita a absorção das informações, mas é fácil sentir que algo está faltando e pode ser isso que dificulta manter nos olhos na tela.
E ficou claro que novas portas foram abertas para o DCU e agora devemos esperar qual será o resultado das ações de Barry Allen e como será esse universo, sob o comando de James Gunn e Peter Safra.