The Witcher: Sereia das profundezas – Entenda o final do filme

The Witcher: Sereia das profundezas é a nova animação baseada no universo da saga literária de Andrzej Sapkowski. O lançamento traz Geralt de Rívia protagonizando um dos contos mais aclamados da comunidade literária, adaptado pelo estúdio Studio MIR e dirigido por Kang Hei Chul (The Witcher: A Lenda do Lobo) com produção executiva de Lauren Schmidit Hissrich.

Uma quase guerra

A trama gira em torno da tensão entre os humanos do reino de Bremervoord e o povo do mar. Assim, a sereia Sh’eenaz acaba se apaixonando pelo príncipe Agloval, um humano da nobreza, mas seu romance é algo impossível de ser tolerado por seus líderes.

No entanto, quando cada vez mais pescadores da vila aparecem mortos de forma violenta, a desconfiança sobre o povo de Sh’eenaz aumenta e influencia os planos do rei, pai de Agloval. Afinal, ele desaprova a relação do filho com a sereia e acredita que ele deve se casar com a princesa Nispen de Maribor para fortalecer o reino. Ou seja, ele está disposto até mesmo a começar uma guerra para impedir que o filho arrisque seu futuro.

A solução

Então, Geralt de Rívia se torna a peça chave para resolver essa questão, atuando como mediador e menos como bruxo tradicional. No fundo, ele sabe que nenhum lado é totalmente inocente: os humanos exploram o mar e suas riquezas, e as sereias retaliam com violência.

Por tradição, os bruxos são treinados para se manter longe dos assuntos políticos da humanidade. Mas, nem sempre isso é possível e The Witcher: Sereias das Profundezas nos prova isso. Afinal, o bruxo tem consciência que não conseguirá se manter neutro e precisa agir rápido para impedir que o conflito se transforme em uma guerra.

Um pequeno sacrifício: Final explicado

O final de The Witcher: Sereias das Profundezas reforça a ideia de que coexistência não é o mesmo que harmonia. Sh’eenaz e Agloval conseguem ficar juntos, mas entendem que seu plano de negociar a paz entre seus reinos através de um casamento entre as espécies seria impossível.

Afinal de contas, o rei sugeriu que a sereia se transformasse em humana com a poçao, assumisse uma nova identidade e gerasse herdeiros para Agloval. Assim, o legado seria transmitido para uma nova geração, mas não haveria convivência entre os povos.

A animação é baseada em Um Pequeno Sacrifício do livro A Espada do Destino (1992), e como o título sugere, Sh’eenaz esperava um ato que demonstrasse o quanto Agloval estava disposto a ficar com ela. Ao abandonar seu título como o único príncipe real, sua humanidade e decidir tomar a poção no lugar da amada, ele sela seus destinos se tornando um tritão.

Como esperado do universo de The Witcher, nem sempre a resolução das missões é totalmente positiva, mas há uma moral por trás das escolhas. Por exemplo, o Rei Basim queria mais poder através dos futuros de seus filhos. Ao acreditar nos planos de Melusina, Basim fez com que Zelest acabasse morto e perdeu Agloval para o povo do mar, acabando viúvo e sem chance de ter netos humanos.

Por que Geralt não fica com Essi Daven?

Uma das características mais fortes da obra de Andrzej Sapkowski é a reflexão sobre as escolhas dos personagens. Por exemplo, o conto aborda sacrifício e tolerância. Enquanto o Rei Basim, casou-se com a mãe de Agloval por amor, Melusina foi incapaz de gerar uma criança e por isso, assistiu seu amado casar-se com sua irmã.

Geralt é incapaz de lidar com os sentimentos que sente por Yennefer, mas ao conhecer a simplicidade de Essi e assistir o desfecho do romance entre Sh’eenaz e Agloval, ele percebe que o segredo para que algo dê certo está na compreensão do outro. Diferente do conto original, onde a personagem tem um final trágico, ela aceita que Geralt tem um propósito definido e por isso o deixa livre.

The Witcher: Sereias das Profundezas está disponível na Netflix com dublagem em português.