Crítica: 2ª episódio de ‘The Last of Us’ é um mergulho nos infectados pelo fungo Cordyceps

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Diretores não pouparam esforços em trazer um embasamento científico de como o vírus se espalhou.

Autor Gabriel Barbosa
Gabriel Barbosa

Publicado em 26 de Janeiro de 2023, às 08h25

Segundo episodio de The Last of Us focou mais nos contaminados pelo fungo Cordyceps. Foto: Divulgação/HBO MAXSegundo episodio de The Last of Us focou mais nos contaminados pelo fungo Cordyceps. Foto: Divulgação/HBO MAX

O segundo episódio da adaptação de The Last of Us foi lançado neste domingo e, para não surpresa de muitos, se destaca pela fidelização com o jogo, mas também com a realidade.

Neste episódio, houve mais detalhes sobre os infectados momentos antes do fungo eclodir e a decisão que ceifaria ainda mais vidas, não só pelo fungo cordyceps, mas pelas escolhas humanas. Já que o objetivo inicial seria evitar sua proliferação, mas vimos que nada o impediu de contaminar as pessoas. 

Fidelidade, essa é a palavra correta que define o decorrer da série, que ainda trouxe mais semelhanças da contaminação na série, não só com o jogo, mas com a realidade, já que os fungo que saem da boca dos infectados são semelhantes aos dos insetos quando acometidos pelo cordyceps.

Vespa parasita contaminada pelo fungo Cordyceps. Foto: Divulgação/Wikimedia Commons

Além disso, os criadores trouxeram mais embasamento científico, explorando a origem do vírus, que surgiu de uma fábrica de farinha e a infectologista de Jacarta estuda e avalia os primeiros contaminados. No jogo, não fala sobre a origem do fungo, o que permitiu que os fãs criassem diversas teorias sobre o estopim dos esporos.

Tal situação relembra a última pandemia que vivemos, mas também outras que podem surgir – o que é preocupante -, já que é uma situação que não foge da nossa realidade. Na série o problema surgiu a partir da adaptação do fungo, o que não foi diferente com o Coronavírus.

Vemos que os diretores mergulharam na arte para remeter a Ellie como a esperança da humanidade, obras que remetem ao nascimento de Jesus e a luz está voltando para ele, como acontece na ‘A Adoração dos Pastores’, de Bartolomé Estabam Murillo, pintor barroco, e isso mostra o cuidado em engrandecer um pequeno vestígio de que a humanidade sairia vencedora no final. Assim como na cena de Tess com o contaminado, pois os criadores disseram que o ‘Beijo da Morte’ foi para humanizar os zumbis, o que relembra a escultura localizada no cemitério de Barcelona.

E como vimos também o primeiro confronto com os infectados em um grau mais grave, os Estaladores, veremos nos próximos episódios que o fungo pode ficar pior e o confronto com eles serão mais difíceis.

O enquadramento das cenas com o som dos infectados melhoraram ainda mais na experiência em assistir o segundo episódio da trama, fazendo com que, mais uma vez, o telespectador mergulhe na cena. A sensação é de que estávamos ao lado de Joel em uma das horas cruciais deste episódio.

Certamente, na medida que se passa, a adaptação de The Last of Us continuará sendo uma escola de como fazer uma adaptação fidedigna à obra original. 

O próximo episódio será lançado no domingo às 23hs e pode ser assistido na HBO e HBO Max.