Crítica: 5º Episódio de The Last of Us: A infância roubada
O 5º episódio de The Last of Us elucida a infância de duas crianças que foram tomadas de suas vidas pela pandemia do fungo cordyceps.
Publicado em 19 de Fevereiro de 2023, às 18h36
Mais uma vez o foco girou um pouco fora de Joel (Pedro Pascal) e Ellie (Bella Hamsey), explorando dois novos personagens que certamente conquistaram o coração do público, Henry (Lamar Johnson) e Sam (Keivonn Woodard).
Apesar desse episódio fugir um da matéria prima, o jogo, não atrapalhou na experiência, pois quando um roteiro é bem montado e estruturado, ele não interfere numa boa fidelidade.
E para alguns, fãs ou não, isso pode ser um problema, mas acontece que o diretor via muita semelhança entre eles com Joel e Ellie, portanto, deixar Sam mais novo e incluindo-o como PCD, foram mudanças que difere do jogo.
A atuação de Lamar Johnson e Keivonn Woodard não deixou a desejar e trazer um personagem PCD em uma série de sucesso foi mais um ponto que os diretores acertaram dando representatividade para os surdos. E ainda, quando Ellie tenta aprender libras e demonstra estar animada, pode incentivar com que outras crianças, jovens e adultos, façam o mesmo. Colocar isso no enredo certamente foi uma forma de dizer que é divertido aprender libras.
Diferente dos outros episódios, dessa vez Joel está um pouco mais dócil e amigável, e podemos dizer que isso foi resultado da sua aproximação da Ellie.
Agora, o ponto principal e marcante, foi a forma como demonstraram que a infância foi roubada das crianças pelo surto do fungo cordyceps.
Percebemos isso quando Ellie começa a brincar com Sam. Por alguns minutos, podemos imaginar como poderiam ser os dois se tivessem se conhecido num cenário não pandêmico.
Pouco a pouco, os diretores trouxeram esse ar de uma infância perdida. Por exemplo, quando Sam pinta seu irmão nas paredes como um super-herói ou quando seu rosto é pintado por Henry para ficar igual a uma máscara de um herói – um sinal de que ele queria preservar a inocência do garoto e sua imaginação. Percebemos isso também quando Ellie se anima quando Sam encontra uma revista em quadrinhos que ela lê, durante seus diálogos ou quando jogam futebol.
Além disso, tivemos o surgimento da primeira legião de infectados que foi o grande baque desse episódio. O enredo para o surgimento do ‘baiacu’ foi encaixado muito bem, já que os infectados ficaram presos por anos no subsolo e o fungo evoluiu dentro deles. O impressionante é saber que ele não foi feito com CGI e sim um figurino montado pelo designer Barry Gower.
Dessa vez, é possível dizer que os protagonistas foram as crianças. Pois o episódio mostrou que mesmo diante do fim do mundo a inocência delas permanece intacta, mas por pouco tempo.
E essa inocência chega ao ápice quando Ellie pensa que pode curar Sam colocando seu sangue sob o ferimento dele e ainda acordar sem nem ao menos pensar que ele já não era mais o mesmo.
O que resultou nas mortes dos irmãos foi um pouco diferente do jogo, mas ainda assim, não deixou de ser algo que tocasse nossos corações. Afinal, Henry viu mais uma vez o mundo acabar quando percebeu que teria de matar o seu irmão.
O 6º episódio de The Last of Us estreia hoje às 23:00 na HBO e HBO Max.