Crítica: 5º Episódio de The Last of Us: A infância roubada

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O 5º episódio de The Last of Us elucida a infância de duas crianças que foram tomadas de suas vidas pela pandemia do fungo cordyceps.

Gabriel Barbosa

Publicado em 19 de Fevereiro de 2023, às 18h36

5º episódio de The Last of Us explora mais da inocência da infância. Foto: Divulgação/HBO Max5º episódio de The Last of Us explora mais da inocência da infância. Foto: Divulgação/HBO Max

Mais uma vez o foco girou um pouco fora de Joel (Pedro Pascal) e Ellie (Bella Hamsey), explorando dois novos personagens que certamente conquistaram o coração do público, Henry (Lamar Johnson) e Sam (Keivonn Woodard).

Apesar desse episódio fugir um da matéria prima, o jogo, não atrapalhou na experiência, pois quando um roteiro é bem montado e estruturado, ele não interfere numa boa fidelidade.

E para alguns, fãs ou não, isso pode ser um problema, mas acontece que o diretor via muita semelhança entre eles com Joel e Ellie, portanto, deixar Sam mais novo e incluindo-o como PCD, foram mudanças que difere do jogo.

A atuação de Lamar Johnson e Keivonn Woodard não deixou a desejar e trazer um personagem PCD em uma série de sucesso foi mais um ponto que os diretores acertaram dando representatividade para os surdos. E ainda, quando Ellie tenta aprender libras e demonstra estar animada, pode incentivar com que outras crianças, jovens e adultos, façam o mesmo. Colocar isso no enredo certamente foi uma forma de dizer que é divertido aprender libras.

Diferente dos outros episódios, dessa vez Joel está um pouco mais dócil e amigável, e podemos dizer que isso foi resultado da sua aproximação da Ellie.

Agora, o ponto principal e marcante, foi a forma como demonstraram que a infância foi roubada das crianças pelo surto do fungo cordyceps.

Percebemos isso quando Ellie começa a brincar com Sam. Por alguns minutos, podemos imaginar como poderiam ser os dois se tivessem se conhecido num cenário não pandêmico. 

Pouco a pouco, os diretores trouxeram esse ar de uma infância perdida. Por exemplo, quando Sam pinta seu irmão nas paredes como um super-herói ou quando seu rosto é pintado por Henry para ficar igual a uma máscara de um herói – um sinal de que ele queria preservar a inocência do garoto e sua imaginação. Percebemos isso também quando Ellie se anima quando Sam encontra uma revista em quadrinhos que ela lê, durante seus diálogos ou quando jogam futebol.

Além disso, tivemos o surgimento da primeira legião de infectados que foi o grande baque desse episódio. O enredo para o surgimento do ‘baiacu’ foi encaixado muito bem, já que os infectados ficaram presos por anos no subsolo e o fungo evoluiu dentro deles. O impressionante é saber que ele não foi feito com CGI e sim um figurino montado pelo designer Barry Gower. 

Dessa vez, é possível dizer que os protagonistas foram as crianças. Pois o episódio mostrou que mesmo diante do fim do mundo a inocência delas permanece intacta, mas por pouco tempo.

E essa inocência chega ao ápice quando Ellie pensa que pode curar Sam colocando seu sangue sob o ferimento dele e ainda acordar sem nem ao menos pensar que ele já não era mais o mesmo. 

O que resultou nas mortes dos irmãos foi um pouco diferente do jogo, mas ainda assim, não deixou de ser algo que tocasse nossos corações. Afinal, Henry viu mais uma vez o mundo acabar quando percebeu que teria de matar o seu irmão.

O 6º episódio de The Last of Us estreia hoje às 23:00 na HBO e HBO Max.