Crítica| 6º episódio de ‘The Last of Us’ é um amadurecimento de laços

Compartilhar:

O episódio traz o encontro de irmãos e também o amadurecimento da relação de Joel e Ellie. Leia a crítica

Autor Gabriel Barbosa
Gabriel Barbosa

Publicado em 22 de Fevereiro de 2023, às 08h00

Crítica| 6º episódio de 'The Last of Us' é um amadurecimento de laçosNo 6º episódio de The Last of Us conhecemos o lado mais sentimento de Joel. Foto: Divulgação/HBO Max

O 6º episódio de The Last of Us estreou neste domingo (19/02) e posso dizer que as lágrimas voltaram a marejar.

Os diretores não pouparam esforços em cativar o público através da emoção, sem forçar a barra, o que tem dado muito certo e percebemos isso em outros episódios também. Tanto que logo de início somos contemplados com os momentos finais do episódio anterior, que certamente quebrou muitos corações.

Neste episódio há um salto no tempo e podemos imaginar que durante esse período, Joel (Pedro Pascal) e Ellie (Bella Ramsey) tiveram muito o que conversar ou, quem sabe, piadas para contar um ao outro. 

O foco dessa vez é Joel procurando o seu irmão, Tommy (Gabriel Luna), e junto de Ellie, eles desbravam um cenário de neve encantador com uma trilha sonora que deixou tudo ainda mais belo. E pelo fato de não haver indícios de pessoas ao redor, o que seria uma realidade dentro de um contexto pós-apocalíptico, melhorou a experiência realística. 

Em cada minuto, somos contemplados com sinais de que a relação entre Joel e Ellie melhorou, como se o episódio fosse voltado para eles.

Percebemos isso no diálogo que acontece entre ambos, em que Joel a escuta com mais paciência, diferente de como fizera episódios antes, e o primeiro clímax desse laço que amadureceu é na cena em que o cachorro que fareja infectados se aproxima…

A expressão no rosto de Joel é de medo e pavor. Certamente, não era medo de perder uma “carga”, como ele a chamou episódios antes, mas sim alguém com que ele construiu um laço que se aflora a cada episódio.

Fora os momentos de aproximação e amadurecimento entre Joel e Ellie, o reencontro entre irmãos foi uma cena cativante, que nos enche de esperança, pois foi uma das poucas cenas em que Joel sorriu depois que a Sarah morreu, o que é algo que ficará na nossa memória. Pois nem quando soube que Ellie é imune ao fungo, ele expressou felicidade.

Pedro Pascal atuou muito bem nesses momentos, pois Joel parece, de certa forma, ter esquecido como socializar e se comunicar com as pessoas de maneira formal, já que até então, o único cenário em que ele viveu desde que saiu da Zona Quarentena foi de conflitos e não de paz.

Essas cenas me fazem lembrar do filme ‘Sniper Americano’ em que o protagonista mesmo vivendo momentos de paz, tem a sua mente presa nas memórias da guerra.

Digo com toda certeza que este episódio trouxe mais o emocional dos personagens principais, tanto que é o primeiro em que Joel mostra a saudade que tem de Sarah, ainda mais quando ele vê uma menina de costas com o cabelo semelhante ao dela. Ele ainda a vê em suas memórias, como se ela fosse seu sol quente após uma noite escura e fria. 

E, momentos antes, enquanto conversa com seu irmão, Tommy, percebemos o quanto a morte dela ainda o assombra, inclusive nos momentos em que esteve com Ellie, quando ele diz ter medo de fracassar, pois para Joel, ele falhou com Sarah.

Muitos desentendimentos aconteceram ao longo do episódio, entre Joel, Tommy, e Ellie, algo que acontece com qualquer família. Mas, como pode acontecer em qualquer lar, tudo foi resolvido.

Uma das cenas mais aguardadas foi o diálogo ríspido entre ambos, onde Ellie deixa claro que está apegada a Joel e que só se sente segura com ele, algo que nos emociona, mas não ele, e Pedro Pascal conseguiu interpretar muito bem essa característica do personagem.

Mas apesar de por fora ele aparentar ser uma pedra, sabemos que por dentro a história é outra. Como apontado anteriormente, ele não diz explicitamente que é apegado a Ellie, como ela faz, pois é preciso ‘pegar no ar’. A conversa entre eles… ele a ensinando regras de futebol, como ficar de guarda, como caçar, enquanto assistimos isso vemos ali uma cena entre pai e filha. Ellie, aos poucos, foi deixando de ser uma carga na vida de Joel, agora, ela faz parte da vida dele.

Assim como no jogo, na série Ellie fala palavras de baixo calão para expressar suas emoções de surpresa, mas de forma bem espontânea. Bella Ramsey demonstra a cada episódio que foi a atriz ideal para interpretar Ellie na série.

A cena da universidade está impecável. Difícil não assistir e se lembrar das cenas seguintes que acontecem no jogo e que se repetirá na série. A tensão não é causada na série, mas sim fora dela, pois quem jogou, já sabe que não serão momentos fáceis que acontecerão na trama, ainda mais devido aos inimigos que aparecerão também. Os diretores não pouparam incluir os macacos nessa parte e eles também aparecem no jogo, o que colabora com a fidelização da obra. 

De fato, a grande dificuldade começará agora, pelo fato de Joel ter sido esfaqueado e Ellie ficar encarregada de cuidar dele e também de seguir em frente. Assim como no jogo, um conflito intenso espera por ambos. 

O próximo episódio de The Last of Us estreia no dia 27/02 às 23 horas na HBO Max e HBO.