Critica: A Dama de Companhia – O amor tem sabor de intriga!

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Série tem sido comparada ao fenômeno Bridgerton.

Autor Laryssa Macedo
Laryssa Macedo

Publicado em 31 de Março de 2025, às 08h00

A Dama de Companhia, crítica da série da Netflix.Será que vale a pena assistir A Dama de Companhia?. Foto: Divulgação Netflix

A Dama de Companhia é a nova série de época da Netflix, uma produção espanhola que estrela Nadia de Santiago (As telefonistas) como Elena Bianda, a Aia mais famosa de Madri, conhecida por seu grande talento em garantir as moças da sociedade uniões amorosas bem sucedidas com ótimos pretendentes.

Em pouco tempo de estreia, a série já alcançou o Top 10 mais assistidos do momento na plataforma. Diferente de Bridgerton, a produção traz um tom mais cômico, com quebras frequentes da quarta parede, aumentando a sensação de intimidade com o espectador.

Será que vale a maratona? Descubra nesta crítica completa!

O começo de tudo

Ambientada em 1880, a série apresenta Elena Bianda, uma dama de companhia pouco expressiva, mas sarcástica e de língua afiada. Ela é a melhor de toda a cidade e sabe disso. No entanto, tudo muda quando se torna a aia dafamília Mencía, cujo pai viúvo precisa lidar sozinho com três filhas: Sarah, Cristina e Carlota.

O que parece apenas uma oportunidade para faturar, se torna um grande desafio para nossa querida protagonista. Assim, a trama nos conduz aos poucos com um ritmo que vai de 0 a 100 com muitas situações inusitadas.

Problemas em dose tripla

Diferente das garotas comuns das séries de época, as herdeiras da família foram criadas cercadas por arte, música e inspiração. Por isso, todas são feitas de personalidades excêntricas e sabem exatamente o que mais gostam.

A ambiciosa e romântica Cristina (Isa Montalbán) é ótima em pontaria e já tem um pretendente garantido, enquanto Sara (Zoe Bonafonte)desafia os padrões da época e se torna estudante de medicina, num ambiente ocupado apenas por homens. Sem dúvidas, essa é a irmã que recebeu o melhor desenvolvimento.

Em paralelo, Carlota (Iratxe Emparán) é a caçula com papel mais caricato, como um projeto fofo de Wandinha de 1880. No começo, o comportamento dela até traz momentos descontraídos, mas logo se torna repetitivo e previsível, fazendo suas aparições exageradas.

Irmãs Mencia de A Dama de Companhia.
Carlota, Cristina e Sara em ordem. Foto: Divulgação / Netflix

Onde é que estávamos?

A Dama de Companhia acerta em doses de drama, comédia e romances para todos os gostos. Porém, nem tudo são flores e a série peca com um roteiro que se move em círculos. De fato, o objetivo é sustentar o mistério sobre Elena, suas relações familiares e um amor do passado, mas a própria trama não consegue fazer isso de forma dinâmica.

As situações são explicadas de forma rápida e aleatória, em cenas que não ajudam a desenvolver uma maior conexão com Elena. Em certos momentos, há a sensação de que há furos demais quando se trata da personagem. As poucas informações são deixadas soltas e é preciso esforço para conectá-las. Felizmente, ela compensa nas interações com Santiago (Álvaro Mel), sempre com muita química e tensão no ar.

Talvez, isso seja proposital. Já que Gabriel, seu amor do passado, durante uma cena específica, diz a Santiago que ”sempre que algo parece muito bem, ela vai embora e te abandona.” Seria uma maneira de causar o sentimento de confusão relacionado ao que Elena sente sobre a própria vida, além do profissional? Não saberemos tão cedo…

Elena e Santiago de A Dama de Companhia.
Elena e Santiago com sua química explosiva. Foto: Divulgação / Netflix

Do drama ao romance

Em geral, a trama também abre espaço para dinâmicas amorosas que furam a bolha dos romances de época, como quando uma dama de companhia se apaixona pela senhorita a quem deve ajudar a encontrar um pretendente. O amor após a viuvez, quando Dona Paquita se vê triste por viver sozinha, o dilema de estar aberto as segundas chances enfrentado por Cristina, Santiago e Elena, e como o amor pode ser encontrado nos lugares mais improváveis, como Adela e Sara.

No último episódio, as coisas tomam um rumo inesperado e deixam um gancho para uma próxima temporada. Um desfecho coerente com a vida de Elena, onde as coisas dão quase certo apenas em seu trabalho, enquanto vida amorosa da protagonista está indo de mal a pior.

A esperança é de que os produtores aprendam com os pontos negativos da primeira temporada e acertem mais na sequência que tem agradado bastante os fãs deBridgerton.