Branca de Neve: comparando a versão dos Irmãos Grimm com a da Disney
As principais diferenças entre a versão clássica de “Branca de Neve” da Disney e o conto original dos Irmãos Grimm.
Publicado em 24 de Março de 2025, às 10h53
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O live-action da Disney estreou no dia 20 de março nos cinemas, revitalizando o clássico dos anos 90.
A obra original, se inspira nos contos dos Irmãos Grimm, mas o que difere uma da outra? Vamos lhe contar.
Embora a animação de 1937 tenha imortalizado a história no imaginário coletivo, a origem do conto remonta ao início do século 19. Nessa época, Jacob e Wilhelm Grimm o registraram em seu famoso livro Os Contos de Grimm , publicado em 1812.
Aliás, ao longo dos anos, muitas adaptações surgiram, e a versão recente da Disney não é exceção, trazendo novas interpretações para uma narrativa tão conhecida.
O Início da História: Uma Perspectiva Diferente
Na animação de 1937, Branca de Neve e os Sete Anões, a história começa com a princesa ainda criança, vivendo com sua madrasta, a temível Rainha Má, após a morte de sua mãe.
Já no conto dos Irmãos Grimm, a história toma um rumo diferente: a narrativa inicia com a Rainha, que, olhando para a neve, deseja ter uma filha com a pele branca como a neve, os lábios vermelhos como o sangue e os cabelos negros como o ébano. Quando Branca de Neve nasce, com essas características, a Rainha se encanta, mas logo morre, o que permite a introdução da madrasta cruel.
A idade de Branca de Neve: menina vs. jovem mulher
No filme da Disney, Branca de Neve é uma jovem de 14 anos, mas, no conto original, ela é uma menina de apenas sete anos. Esta diferença de idade não é trivial.
A versão mais jovem da personagem torna a perseguição da Rainha Má ainda mais cruel e dá um tom mais infantil à história. Em contrapartida, a Branca de Neve da Disney, mais madura, passa por provas com um nível maior de consciência.
O pedido de morte: uma crueldade maior
Na versão de 1937, a Rainha Má manda o caçador matar Branca de Neve na floresta e traz seu coração como prova. No conto dos Grimm, o pedido é ainda mais macabro: a Rainha exige que o caçador traga o fígado e os pulmões de Branca de Neve, que seriam usados para um banquete. Felizmente, o caçador se compadece e deixa a menina escapar, sem levar o cabo à ordem cruel.
Os Sete Anões: menos personalidade, mais praticidade
Enquanto a versão da Disney oferece nomes e características próprias para os anões, como Soneca, Zangado e Mestre, no conto dos Grimm, os anões não têm nomes próprios, sendo identificados numericamente de 1 a 7.
No entanto, uma característica compartilhada é a generosidade e a hospitalidade dos anões, que acolhem Branca de Neve e a protegem dos perigos da floresta.
Cabana dos Anões: sem faxina, mas com liberdade
Na animação, Branca de Neve, ao chegar na cabana dos anões, decida limpar toda a casa e preparar comida, como forma de retribuir pela ajuda. Essa cena, repleta de canções e animaizinhos ajudantes, não ocorre no conto dos Grimm.
Na fábula, Branca de Neve chega e logo se acomoda, aproveitando sua liberdade para experimentar os pratinhos de comida e até beber vinho, sem se preocupar com a organização da cabana.
A maçã envenenada: uma variedade de tentativas
O famoso momento da maçã envenenada tem uma história um pouco diferente no conto dos Grimm. A Rainha Má não se contenta com apenas uma tentativa: antes da maçã, ela disfarça-se de comerciante e oferece à Branca de Neve um espartilho envenenado, que quase a mata.
Em seguida, ela tenta novamente, com um pente envenenado. Só na terceira tentativa, ao oferecer a maçã, ela consegue finalmente “matar” a princesa, mas, nesta versão, os anões não a salvam imediatamente.
O beijo do príncipe: um final menos glamouroso
Ao contrário da versão romântica e mágica da Disney, onde o príncipe acorda Branca de Neve com um beijo de amor verdadeiro, a história dos Grimm é bem mais peculiar. No conto original, Branca de Neve é acordada por um movimento involuntário.
Durante o transporte de seu caixão, um de seus servos tropeça, fazendo com que o pedaço de maçã preso em sua garganta seja expelido, resultando no despertar da princesa.
O destino da Rainha Má
No conto dos Grimm, o destino da Rainha Má é ainda mais brutal do que a queda de um penhasco vista na versão Disney. Após descobrir que Branca de Neve se casou, a Rainha comparece ao casamento, onde é obrigada a calçar sapatos de ferro incandescentes e dançar até morrer. Um fim cruel e adequado para uma vila que tanto sofreu sofrimento à protagonista.
Embora a animação de 1937 da Disney tenha imortalizado a história de Branca de Neve para gerações de espectadores, o conto dos Irmãos Grimm apresenta uma narrativa muito mais sombria e repleta de detalhes macabros.
Por fim, a história de Branca de Neve, seja no clássico da Disney ou na versão dos Grimm, continua a cativar o público, mas é interessante notar como ela evolui ao longo do tempo, seja para suavizar os elementos sombrios ou para ressaltar o impacto do conto original.
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