Crítica | Branca de Neve: um live-action morno que tenta se reinventar, mas tropeça na execução
O live-action Branca de Neve tenta modernizar o clássico da Disney, mas tropeça na execução. Confira nossa crítica
Publicado em 23 de Março de 2025, às 21h05
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Lá em 1937, Walt Disney revolucionou o cinema com Branca de Neve e os Sete Anões, a primeira animação em longa-metragem da história.
Agora, quase nove décadas depois, a casa do Mickey traz de volta sua princesa pioneira em uma nova roupagem live-action. Dirigido por Marc Webb e estrelado por Rachel Zegler e Gal Gadot, o filme tenta atualizar o conto clássico para os tempos modernos, mas esbarra em uma execução inconsistente que divide opiniões.
Mudanças narrativas e uma protagonista ativa
O roteiro assinado por Greta Gerwig (Barbie) e Erin Cressida Wilson (A Garota no Trem) faz mudanças significativas na história, buscando afastar a protagonista da imagem passiva da animação original.
Aqui, Branca de Neve (Rachel Zegler) não é mais a donzela indefesa que aguarda o príncipe encantado. Em vez disso, ela assume as rédeas de seu destino e luta para salvar o reino ao lado de seus aliados. O príncipe, por sua vez, é substituído por um lêdrão plebeu, uma escolha que adiciona camadas ao romance e à trama.
Outra grande alteração está nos sete anões, que não recebem esse nome e são apresentados como criaturas mágicas de CGI. Essa decisão gerou controvérsia antes mesmo do lançamento e, no final das contas, o resultado visual decepciona. Os personagens parecem bonecos de látex sem vida, tirando um pouco da magia do clássico, podendo até causar certa repulsa aos olhos.
Atuações contrastantes
Rachel Zegler se destaca e prova mais uma vez seu talento, especialmente nas sequências musicais. Após brilhar em Amor, Sublime Amor e A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes, ela demonstra boa conexão com o universo fantasioso e entrega uma Branca de Neve convincente.
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Por outro lado, Gal Gadot como Rainha Má não convence. Sua interpretação caricata e sua performance musical sem brilho comprometem o impacto da vilã. Em um papel que deveria ser ameaçador e imponente, Gadot se mostra excessivamente mecânica, tornando a antagonista insossa e sem a força de sua versão animada.
Problemas na direção e na execução visual
Marc Webb, conhecido por O Espetacular Homem-Aranha e (500) Dias com Ela, conduz bem algumas cenas musicais, mas sua direção carece de identidade e ousadia.
O filme fica preso em uma estética artificial, com cenários plásticos que não conseguem transmitir a conexão com a natureza tão essencial ao conto original.
A trilha sonora também oscila. Enquanto as músicas principais têm seu charme, a composição geral não acrescenta emoção suficiente às cenas mais impactantes. A ausência de um score memorável é um erro crasso para um musical da Disney.
Um live-action sem brilho
Depois de tantos adiamentos e polêmicas, Branca de Neve chega aos cinemas sem grandes surpresas. O longa se esforça para se modernizar e trazer um olhar atualizado sobre sua protagonista, mas tropeça em problemas técnicos e narrativos que impedem que se torne memorável.
Para o público infantil, a história simples e as canções cativantes podem garantir um entretenimento passageiro. No entanto, para os fãs do clássico e do cinema em geral, o filme deixa a sensação de ser apenas mais uma produção genérica da onda de live-actions da Disney.
No final, talvez algumas histórias sejam melhor preservadas na memória do que refilmadas para as telas.
Por fim, Branca de Neve tenta revisitar seu legado, mas acaba sendo mais um exemplo de como a magia da animação original é difícil de replicar.

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