Curiosidade: A Morte em Gato de Botas inspirou Pecadores?

O novo thriller de vampiros de Ryan Coogler, Pecadores (Sinners), surpreende pela originalidade e profundidade histórica. Mas o que quase ninguém esperava era a influência de Gato de Botas: O Último Desejo na criação do vilão da trama.

Ao desenvolver Pecadores, Ryan Coogler combinou elementos históricos da América Negra do início do século XX com o sobrenatural. Embora tenha se inspirado em obras como The Thing e no cinema de John Carpenter, Coogler também revelou que o lobo da Morte em Gato de Botas: O Último Desejo teve papel fundamental na concepção do vampiro Remmick.

Segundo o diretor, o comportamento e a construção simbólica do Lobo serviram como base para criar um vilão que se disfarça entre os humanos antes de revelar sua verdadeira natureza. Interpretado por Jack O’Connell, Remmick passa por um simples imigrante irlandês até exibir suas habilidades sobrenaturais.

Lobo e Remmick compartilham características visuais e temáticas

Ambos os personagens carregam olhos vermelhos intensos, andam armados com duas lâminas e manipulam o medo com maestria. No entanto, o ponto mais forte de conexão entre eles está na motivação: os dois desejam eliminar a individualidade dos protagonistas.

O Lobo acredita que a vida deve seguir um padrão rígido e persegue aqueles que, em sua visão, desafiam a morte. Já Remmick tenta dominar e explorar a cultura negra construída pelos gêmeos Smoke e Stack (interpretados por Michael B. Jordan).

Ambos os vilões criam colmeias simbólicas. O Lobo julga os que desafiaram o destino; Remmick domina os mordidos, fazendo deles parte de sua cabala.

Curiosamente, os dois são derrotados por heróis improváveis que valorizam a diversidade e se recusam a se conformar diante da opressão.

Pecadores e Gato de Botas compartilham uma fusão de gêneros e temas universais

Ambos os filmes misturam elementos de faroeste com o fantástico. Em Gato de Botas: O Último Desejo, o herói desonesto se vê diante de forças místicas que testam sua coragem e identidade.

Já em Pecadores, Smoke e Stack criam uma comunidade autônoma no sul dos EUA, mas precisam enfrentar um mal ancestral que ameaça tudo o que construíram.

Além da ação, os dois longas emocionam com romances bem desenvolvidos. O reencontro de Gato com Kitty (Salma Hayek) intensifica a narrativa de redenção. Em Pecadores, o vínculo entre Smoke e Annie (Wunmi Mosaku) traz profundidade emocional e torna os momentos finais ainda mais impactantes.

A força dos mitos em preservar memórias e culturas

Tanto Pecadores quanto Gato de Botas: O Último Desejo destacam o papel dos mitos na preservação da identidade cultural. No filme animado, o Gato sofre uma crise de identidade ao tentar corresponder à sua lenda. Mas aos poucos, ele encontra força para honrar o legado construído. Em Pecadores, Sammie (Miles Canton) usa a música para manter viva a memória de seu povo, criando uma herança espiritual que atravessa gerações.

Ambos os filmes mostram que as histórias, quando bem contadas, podem inspirar e transformar. Assim como Gato de Botas: O Último Desejo surpreendeu o público com sua profundidade e sucesso inesperado, Pecadores caminha para repetir esse feito — com originalidade, emoção e uma mensagem poderosa.

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