Saiba o que rolou no terceiro dia do Big Festival
Penúltimo dia teve destaque para o palco da The Enemy. Assuntos sobre arte, inclusão, representatividade e mais, foram abordados no evento
Publicado em 1 de Julho de 2023, às 23h51
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O maior evento de games e networking da américa latina, Big Festival, entrou no terceiro dia hoje e trouxe convidados especiais e jogos de diversos tipos e gostos para o público.
Os stands sempre serão os mesmos, mas em alguns, como o do Banco do Brasil, as apresentações de games ou outras atividades, podem ser diferentes.
Vitor Hugo Adelino, que esteve presente, disse que o evento está acessível pelo preço, e que a oportunidade de poder jogar jogos novos deixa tudo ainda melhor.
Patricia Saldanha e Caroline Cunha, que estavam presentes, disseram que estava tudo bem organizado e bonito. Cunha destaca um dos jogos que estavam no Stand, que aborda questões sociais. “Ouvimos esse ano que jogo é só violência é tiro, então isso é um tapa na cara da sociedade que diz que é somente um bando de nerd jogando o dia inteiro”. Ela ainda diz, assim como outros que estavam presentes, da dificuldade de entrar no mercado de jogos.
“Quando você dá oportunidade para estudantes serem finalistas, por exemplo (que é o caso do evento) você abre o espaço para muitas pessoas e muitas que eu conheço, como da Anhembi Morumbi, dizem querer entrar nesse mercado. Acho que esse evento é muito além do que business é para essas pessoas que querem entrar na área, então é para elas também”, reforçou Cunha sobre o Big Festival. Saldanha desistiu da faculdade de jogos por conta do mercado, que é complicado, mas Cunha reforça a importância dos estudos e de ser um bom profissional.
A 11ª edição do Big Festival, que acontece no Expo São Paulo, encerra amanhã, mas será um evento memorável para muitos, especialmente porque um dos convidados de hoje foi Takeshi Tokita, conhecido por ter criado clássicos como Final Fantasy IV, Chrono Trigger e Live a Life, o último, foi um dos jogos que ele mais falou nos painéis.
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Tokita teve participação no palco The Enemy e também no palco 2 e disse aos entrevistados sobre a sua trajetória e proporciona uma oportunidade única compartilhando sua história e curiosidades sobre a produção dos jogos com o público, como os processos criativos.
Além de Tokita, o Big Festival trouxe diversos nomes do mercado de jogos e abordou questões diversas, desde inclusão, diversidade à meio ambiente. Um dos assuntos que teve destaque foi o ‘Além dos jogos: O Futuro do cinema interativo’, que contou com a participação de Simay Dinc, cofundadora da Recontact Games e fundadora da Women in Games.
Ela compartilhou sua experiência e expertise no campo e explicou que a maioria dos jogos desenvolvidos pela Recontact são altamente interativa e projetada especificamente para dispositivos móveis. Além disso, ela ainda falou sobre a última produção, Recontact London, que foi a localização em 12 idiomas diferentes. Dinc sugeriu começar com idiomas mais comuns, como inglês, espanhol e português, antes de expandir para outros.
Sobre a diversidade, que vem ganhando cada vez mais espaço por conta das lutas e exigências dos trabalhadores, houve um painel que explica como os estúdios podem fazer isso. Esse bate-papo foi mediado por Ale Machado, que trouxe importantes questões sobre inclusão. Além dele, outros nomes como Debora Palhares (Puga Studios), João Andrade (APTA), Camila Malaman (Webcore Games) e Daniela Costa (Tapps Games) seguiram com a discussão e explicaram a importância de um comitê eficiente, bem como a necessidade e a importância da diversidade nas equipes de desenvolvedores.
Daniela Costa, apontou que é crucial que um comitê tenha liberdade para sugestões, promovendo um ambiente propício para o compartilhamento de ideias. Ela também ressaltou a mudança significativa no mercado de jogos, no qual a presença feminina era escassa, mas tem se tornado cada vez mais presente. A Tapps Games, empresa na qual Daniela atua, tem como objetivo ser uma empresa sustentável e aberta à diversidade.
Um dos outros painéis que chamou atenção, foi o “Videogames combatendo isolamento de pessoas com deficiência”, que gerou uma conversa liderada por Cristian Rivoli, diretor da AbleGamers Brasil, uma ONG dedicada a promover a acessibilidade no mundo dos jogos, ao lado de Rodrigo Rafael, streamer da INTZ.
Rivoli enfatizou a importância da experiência nos jogos e destacou que os desenvolvedores devem considerar caminhos acessíveis para oferecer a mesma experiência a todas as pessoas, independentemente de suas deficiências. Ele ressaltou que todos podemos enfrentar momentos de deficiência, seja devido à idade, acidentes ou qualquer outro motivo, e, portanto, não devemos negar a necessidade de tornar os jogos acessíveis, para que todos possam desfrutar da mesma diversão e experiência. Rodrigo Ovelha, que é neurodivergente (no espectro do autismo) e trabalha há muitos anos na indústria de jogos e entretenimento, contou um pouco de sua história e como os videogames mudaram sua vida, servindo como uma ferramenta que o ajudou muito na comunicação e na interação social com outras pessoas.
Davi Ribeiro, um jovem surdo de 26 anos, falou sobre sua história com o auxílio de um intérprete e como o jogo Fortnite, seu favorito, mudou sua vida, e viabilizou que ele fizesse muitos amigos e se conectasse com pessoas que compartilham sua realidade.
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Além disso, o Google também esteve presente, falando sobre o app Google Play e suas melhorias para desenvolvedores que colocam seus jogos lá, desde questões de segurança, linguagens. A conversa foi mediada Jessie Servin e
Daniel. Mesmo que brevemente, a empresa apresentou novas soluções para games, dizendo que a ferramenta é uma forma de alcançar bilhares de pessoas, seja através da monetização ou de forma orgânica. Além disso, foi mostrado uma forma de aproveitar datas sazonais (dias festivos, como Halloween) para criar expansões e atrair mais pessoas que podem procurar por esse termo, desde que algo sobre seja colocado na descrição do jogo.
Agora, falando mais do Brasil tomando seu espaço nesse mercado e universo de jogos, rolou um bate papo entre a ABRANIMA e ABRAGAMES, que falou sobre o desenvolvimento de games.
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Ale Mchaddo começou a conversa falando como tudo começou, inclusive numa época em que o governo pensava em criar mais políticas públicas pensando na criação de novos negócios e foi no mesmo período em que os games começaram a ser considerados como audiovisual. Desde então, políticas públicas mais consistentes com empresas e associações foram criadas.
Além disso, foi falado da dificuldade de levar o Brasil para o mundo através dos games ou até mesmo da animação e foi graças a políticas públicas tomadas no passado que uma animação do nosso país foi indicada ao Oscar, mas só por conta da distribuição que foi realizada.
Antes disso, foi dito pelos presentes de como o antigo governo prejudicou aquilo que já havia sido conquistado, pois eram pessoas que não queriam ouvir, disse o vice-presidente da ABRANIMA.
Amanhã é o último dia do Big Festival e os portões estarão abertos ao público a partir das 10:00. Confira aqui a programação completa.
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