Crítica | Série dos Robôs – Isaac Asimov

Em Nova York, o investigador de polícia Elijah Baley é escalado para investigar o assassinato de um embaixador dos Mundos Siderais. A rede de intrigas envolve desde sociedades secretas até interesses interplanetários. Mas nada o preocupa tanto quanto o seu parceiro no caso, cuja eficiência pode tomar o seu emprego, algo cada vez mais comum. Pois seu parceiro é um robô.

Eu gosto muito de Asimov. A primeira coisa que li dele foi a Trilogia Fundação e foi uma série de livros que me prendeu de uma maneira incrível. Li um atrás do outro e consegui entender o motivo pelos quais ele é tão aclamado pelas pessoas. Conseguindo criar um mundo muito legal e cheio de regras particulares ao mesmo tempo que desenvolve uma história cativante.

Por isso fui atrás de outros livros dele. Li Eu, Robô, que diferentemente do que é o filme, tem vários contos sobre robôs que ele fez para exemplificar muitos dos conceitos que são utilizados em outras obras dele. Todos bem curtinhos e interessantes de se ler. Para então chegar nessa série dos robôs.

Acredito que podemos dividir esses livros em duas partes. Os dois primeiros são bem focados na questão detetivesca da história. Mesmo com um mundo sendo criado no background, tudo que é mostrado tem uma consequência na maneira como o nosso personagem principal age e, por isso, é muito bem amarrado e bem utilizado quase o tempo todo. Sendo uma abordagem que é necessária para entender como Baley age, e como o resto dos personagens reage às ações dele.

O que torna, para mim, esses dois primeiros livros impecáveis. Te cativa do começo ao fim, não tem grandes enrolações e parece que tudo faz com que entendamos a história principal. Algo que eu não esperava ser tão bom quanto foi.

Já os dois outros livros eu tenho mais críticas a fazer. Fica claro como ele quer ligar todo o lore que foi criado anteriormente com livros que ele escreveu depois, como Fundação. Começando a conectar coisas que acontecem nesse mundo com o que vai acontecer nas suas outras obras, só que nem sempre com a mesma maestria que contou as duas primeiras histórias.

Acho que o terceiro livro ainda vem com a fórmula detetivesca que tivemos nos dois primeiros de maneira bem satisfatória. É um bom livro e acho que somente nas últimas páginas tem algo a ser criticado. O que não deixa a leitura menos agradável mas que, admito, me incomodou mais do que eu achava que incomodaria.

O último já vai atrás dessa conexão com o lore desde o início. Tem uma história que move tudo, mas sinceramente é a parte que menos me entreteu no final das contas. Me parecendo muito mais interessante ver como Gladia ia evoluindo ao sair de Aurora do que as aventuras de Giskard e Daneel em acabar com os planos dos antagonistas que nos são apresentados. Precisando o tempo todo buscar conexões com as outras obras de Asimov, e que muitas vezes acabam não sendo feitas de maneira satisfatória, pelo menos para mim.

Fiquei com vontade de ler Fundação novamente, e talvez isso possa mudar a minha percepção do quarto livro. Só que acredito que terminei com um sentimento um pouco agridoce. São dois livros perfeitos, um que beira a perfeição e um último que me parece pretencioso demais e que por isso abusa de deus-ex-machina na hora de resolver os seus problemas. Mas ainda é uma leitura que gostei e que recomendo para qualquer pessoa que goste de ficção científica, mesmo não sendo tão fã do último deles.

Título: Série dos Robôs
Autor: Isaac Asimov
Livros: 4 [As Cavernas de Aço, O Sol Desvelado, Os Robôs da Alvorada, Robôs e Império]
Nota: 08/10