One Piece quebra a maldição dos live action americanos

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Crítica da nova série de One Piece da Netflix.

Autor Léo Fuita
Léo Fuita

Publicado em 5 de Setembro de 2023, às 14h37

(Da esquerda para a direita) Taz Skylar como Sanji, Mackenyu Arata como Roronoa Zoro, Iñaki Godoy como Monkey D. Luffy, Emily Rudd como Nami, Jacob Romero Gibson como Usopp(Da esquerda para a direita) Taz Skylar como Sanji, Mackenyu Arata como Roronoa Zoro, Iñaki Godoy como Monkey D. Luffy, Emily Rudd como Nami, Jacob Romero Gibson como Usopp na 1ª temporada de One Piece. Foto: Divulgação / Netflix © 2023

A missão de adaptar uma das maiores obras em andamento hoje no mundo dos mangás não era fácil. Tanto por conta das adaptações que seriam necessárias, cortando coisas que são uma barriga normal de serializações desse tipo, quanto por não perder a essência de uma obra que é tão querida pelos fãs.

Fiquei com medo da série começar a tomar rumos não tão interessantes depois dos dois ótimos episódios do início dessa nova série de One Piece. Algo que parecia que aconteceria por conta de alguns comentários que vi na internet, mas que sinceramente não foi o que eu achei que aconteceu de verdade, conseguindo unir os dois pontos que eu disse acima de maneira até que surpreendente.

A essência de One Piece está na série. Os personagens são todos carismáticos, mesmo o Koby que eu não poderia me importar menos no começo do mangá/anime é interessante. Com um destaque muito positivo para Nami, que ficou muito mais legal na adaptação, e também do Buggy, que ficou menos cartunesco e me pareceu levado mais a sério do que eu me recordava.

Jeff Ward como Buggy na 1ª temporada de One Piece
Jeff Ward como Buggy na 1ª temporada de One Piece. Foto: Divulgação / Netflix © 2023

Os cortes também foram bem sucedidos. A parte do Usopp, que é bem arrastada nas outras mídias, aqui se resolve mais rápido e ainda conseguindo nos mostrar tudo que é necessário para a construção do personagem. Assim como o Baratie, onde temos o primeiro arco do Sanji, consegue ser mais rápido e mesmo assim construir bem os personagens com tudo que se passa ali. Isso tudo ainda conseguindo ligar um arco ao outro de maneira orgânica, mesmo que retirando algumas lutas e personagens que apareceriam nesse começo.

Como eu já disse no post de primeiras impressões, a minha expectativa era que seria só mais uma tentativa frustrada de adaptar algo a live action. Algo que fico feliz de dizer que estava completamente errado. Sendo, sem dúvida, o primeiro a conseguir quebrar de verdade a maldição das adaptações live action, tanto por conta da qualidade do material que é entregue, quanto por respeitar a essência da história que é tão amada pelos fãs.

(Da esquerda para a direita) Vincent Regan como vice-almirante Garp, Morgan Davies como Koby, Aidan Scott como Helmeppo
(Da esquerda para a direita) Vincent Regan como vice-almirante Garp, Morgan Davies como Koby, Aidan Scott como Helmeppo na 1ª temporada de One Piece. Foto: Divulgação / Netflix © 2023

Se você gosta de One Piece ou se você nunca viu nada, vale a pena conferir a nova série da Netflix. Conta o que nós, que já conhecemos a história, achamos importante desse começo, ainda conseguindo fazer alguns foreshadowing de coisas que acontecem no futuro, e isso tudo sem esquecer que precisam contar uma história coesa e interessante nesse começo. Com atores e personagens bizarramente carismáticos e que realmente parecem estar dando tudo de si para essa adaptação.

Não sei se conseguirão seguir com esse ritmo em próximas temporadas, que sinceramente acho quase impossível não ter, mas esse live action consegue abrir um precedente de que é possível adaptar qualquer coisa. Desde que se respeite o material original e saiba que é preciso que a essência da história ainda esteja lá, mesmo sendo necessário cortar alguma coisa no meio do caminho.

Série: One Piece A Série
Distribuído pela: Netflix

Episódios: 8
Nota: 09/10

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