Conheça ‘A Máscara da Morte Rubra’ de Edgar Allan Poe que inspira novo filme da A24
A Máscara da Morte Rubra, de Edgar Allan Poe, está na mira da A24, mas sobre o que é esse conto e o que esperar? Descubra
Publicado em 30 de Janeiro de 2025, às 00h03
A A24, conhecida por sua abordagem inovadora no terror, está prestes a revisitar um dos contos mais sombrios da literatura gótica: A Máscara da Morte Rubra, de Edgar Allan Poe.
Mas, embora o burburinho sobre a possível escalação de Sydney Sweeney como protagonista esteja chamando atenção, poucos estão destacando a verdadeira essência da história que servirá de base para a adaptação.
Portanto, hoje falaremos sobre essa obra.
O horror e a alegoria em A Máscara da Morte Rubra
Publicado em 1842, o conto de Poe é uma poderosa representação da fragilidade humana diante da morte. Na trama, o príncipe Próspero, um governante decadente e hedonista, acredita que pode escapar de uma praga devastadora conhecida como “Morte Rubra”. Para isso, ele se refugia com a nobreza em uma abadia fortificada. Para isso, é organizado um baile luxuoso para distrair seus convidados do horror que assola o mundo exterior.
Aliás, cada cômodo da abadia é decorado com uma cor diferente, culminando em uma sala negra e vermelha, onde repousa um misterioso relógio de ébano que ecoa de forma ameaçadora.
O clímax do conto ocorre quando um convidado mascarado surge inesperadamente, atravessando as salas do castelo sem ser impedido. Ao se revelar, ele personifica a própria Morte Rubra, levando todos à condenação.
Poe utiliza essa narrativa como uma fábula macabra sobre a inevitabilidade da morte. Sendo assim, ele ilustra que nem riqueza nem isolamento podem proteger o ser humano do destino final.
Uma nova adaptação para os tempos modernos
A A24 tem um histórico de explorar o terror de forma psicológica e impactante, como visto em Hereditário (2018) e Fale Comigo (2022). Com A Máscara da Morte Rubra, a produtora tem a oportunidade de criar uma releitura contemporânea. Mas é importante que mantenham a atmosfera claustrofóbica e desesperadora do conto original, enquanto atualiza seus elementos para um público moderno.
Se essa versão seguir o padrão das produções da A24, podemos esperar um horror introspectivo e carregado de simbolismo. Então, podemos esperar um mergulho na decadência da elite e o pavor da mortalidade de forma psicológica.
Além disso, a presença de Sydney Sweeney sugere uma protagonista feminina, o que poderá dar uma nova perspectiva à história. Talvez deslocando a narrativa para um contexto atual, onde a desigualdade social e a negação da realidade sejam elementos centrais. Imaginar um baile luxuoso em meio a uma pandemia moderna, por exemplo, poderia trazer uma conexão poderosa com a obra original.
O que esperar dessa adaptação?
Apesar de trazer um viés moderno, a A24 precisará respeitar a essência do conto, mantendo sua atmosfera onírica e fatalista. O uso das cores, a presença ameaçadora do relógio de ébano e a personificação da Morte Rubra são elementos que não podem ser ignorados.
Além disso, seria interessante ver como a produtora irá traduzir o conceito de isolamento e decadência para um contexto moderno, explorando o medo universal do desconhecido e a inevitabilidade da morte.
Mesmo mais de 180 anos após sua publicação, A Máscara da Morte Rubra continua relevante. Seu tom macabro e sua crítica social se encaixam perfeitamente no horror moderno, que frequentemente explora temas psicológicos e sociais.
A adaptação da A24, se bem executada, poderá trazer uma experiência cinematográfica à altura da genialidade de Poe, transformando sua narrativa gótica em um reflexo do medo contemporâneo.