Excesso de lançamentos pode interferir na bilheteria dos filmes de junho; entenda

Apenas neste mês, 20 filmes serão lançados nos cinemas, pelo valor médio de R$ 60 o ingresso; telespectador pode ter que escolher

Publicado em 31 de Maio de 2023, às 20h35

Sala de cinema - Foto: Reprodução/FreePik

O mês de junho terá 20 lançamentos de filmes no cinema, incluindo longas com grande expectativa, como “Flash”, “Homem-Aranha no Aranhaverso“, “Transformes: O Despertar das Feras“, o último filme da franquia “Indiana Jones” e “Elementos”, da Pixar. A quantidade de lançamentos levanta um debate sobre a carga financeira que isso gera ao telespectador, que precisa escolher quais filmes serão assistidos nas telonas, pelo valor elevado dos ingressos.

Segundo levantamento do IBGE, o salário médio dos brasileiros ainda não recuperou o nível pré-pandemia. Os dados mostram que a renda média dos brasileiros ficou em R$ 2.853 no trimestre encerrado em fevereiro de 2023.

Em contrapartida, o preço médio de um ingresso no Brasil em 2023 é R$ 60. O número pode variar, dependendo da região do país, como São Paulo e Rio de Janeiro, onde os preços podem chegar a R$ 70 ou mais.

O valor do ingresso cobrado no cinema pode ser influenciado por alguns favores, como: a região do país, o horário e o dia sessão, o tipo da sala e os descontos oferecidos pelo estabelecimento. Cidades menores tendem a oferecer o valor abaixo da média, porém, nos fins de semana, o valor pode ser alterado. Em relação ao tipo de sala, as VIPs e 3D tendem a ser cobradas por m valor mais alto.

Para prestigiar todos os lançamentos deste mês, seria investido em média R$ 1,2 mil, apenas em ingressos de cinema. O impacto influencia, inclusive, na bilheteria dos filmes, pois é necessário que o cliente escolha quais longas serão escolhidos naquele mês.

A resposta imediata está nos valores deste ano. O filme “Super Mario Bros” arrecadou R$ 2,7 milhões em bilheteria nacional e US$ 490 milhões na América do Norte, conquistando no mundo todo US$ 1,022 bilhão. O longa, porém, é apenas o quinto filme pós-pandemia a entrar para o clube biolinário.

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Os blockbusters “Homem-Aranha: Sem Volta Pra Casa”, “Top Gun: Maverick”, “Jurassic World: Domínio” e “Avatar: O Caminho da Água” conseguiram ultrapassar a marca de US$ 1 bilhão em bilheteria.

Estudo realizado pela Quorum

Um estudo realizado pela empresa Quorum, especializada em pesquisas sobre filmes, em 2021 mostra que o principal fator que impede o público de voltar ao cinema não foi apenas o vírus da Covid-19, mas os altos preços dos ingressos.

O estudo foi realizado em parceria com a Cultique, uma empresa de consultoria de marcas, e a Fanthropology, uma agência de engajamento de fãs. Os dados apontam que os valores aumentaram pois as grandes redes de cinema e proprietários independentes decidiram repassar os custos aos clientes.

Entre os 2500 entrevistados na pesquisa, 49% afirmam que o preço do ingresso acaba superando a preocupação com a saúde, tornando-se o principal motivo por evitarem voltar aos cinemas.

O relatório informa que quanto mais as redes de cinema insistem em aumentar os preços, mais vão sofrer com a falta de interesse do público. “O tempo está passando. Quanto mais tempo os cinemas levarem para trabalhar na redução das taxas, mais os clientes vão se acostumar a ficar em casa, que é mais seguro, barato e confortável.”