Crítica: Thunderbolts emociona, diverte e mostra que a Marvel ainda tem fôlego criativo
Thunderbolts possui uma narrativa composta de críticas sociais e mostra que a Marvel ainda têm criatividade de sobra
Publicado em 10 de Maio de 2025, às 22h32
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Thunderbolts, novo capítulo do Universo Cinematográfico da Marvel (MCU), estreia surpreendendo ao entregar uma experiência que vai muito além do esperado. Confira abaixo nossa crítica.
A trama é estrelada por Sebastian Stan, Florence Pugh,David Harbour e Julia Louis-Dreyfus. Aliás, o filme mistura ação, emoção e crítica social com uma maturidade rara nas produções recentes da franquia — e isso é o que o torna tão especial.
Um filme que engana — para melhor
Desde os trailers e até mesmo no título com asterisco, Thunderbolts parecia apenas mais um derivado da fórmula Marvel. Ou seja, personagens conhecidos, algumas piadas, explosões e o típico conflito entre bem e mal.
Mas o que o público encontra nas salas de cinema é outra coisa: um drama com ação, que respeita seus personagens e desenvolve com profundidade temas como luto, depressão, trauma e redenção.
Inspirado pela origem da equipe nos quadrinhos, o filme apresenta um grupo que surge como alternativa aos extintos Vingadores. A formação, no entanto, não se dá de forma oficial ou institucional.
Valentina Allegra de Fontaine (Julia Louis-Dreyfus), diretora da CIA, reúne agentes desajustados com intenções duvidosas — mas quando tudo dá errado, os que deveriam ser apenas peões se unem por vontade própria para combater a ameaça real.
Anti-heróis que carregam cicatrizes — e empatia
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Bucky Barnes (Sebastian Stan) assume um papel inesperado: o de líder político e, depois, de mentor relutante de um grupo de pessoas tão quebradas quanto ele já foi.
Entre elas estão Yelena Belova (Florence Pugh), marcada pela perda de sua irmã, o Agente Americano (Wyatt Russell), ainda em busca de redenção, Ava Starr, a Fantasma (Hannah John-Kamen), e Antonia Dreykov, a Treinadora (Olga Kurylenko). Juntos, eles encontram sentido na dor compartilhada.
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Mas quem realmente rouba a cena é Bob (Lewis Pullman), um personagem inédito no MCU, cuja história delicada aborda diretamente a depressão — algo tratado com sensibilidade, sem recorrer ao humor gratuito, como já aconteceu em outras produções da Marvel.
Sua trajetória emociona, inspira e representa um avanço notável na forma como o estúdio lida com questões mentais.
Sem nostalgia, mas com autenticidade
Um dos maiores acertos de Thunderbolts é não se apoiar na nostalgia. Diferente de filmes como Deadpool & Wolverine ou Capitão América: Admirável Mundo Novo, aqui não há participações especiais para agradar fãs antigos.
A conexão com o passado é mínima, e isso permite que o longa caminhe com suas próprias pernas, centrando-se em personagens que, por muito tempo, foram apenas coadjuvantes em outras histórias.
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Essa independência é o que faz Thunderbolts funcionar tão bem. O filme é coeso, tem um roteiro bem amarrado e, mais importante, sabe onde quer chegar. Não é sobre criar um novo time de heróis para substituir os Vingadores — é sobre indivíduos que, apesar de suas falhas, escolhem fazer o que é certo não por glória, mas por empatia.
Um respiro para o MCU — e uma fagulha de esperança
Com direção segura e um elenco afiado, Thunderbolts entrega uma das melhores narrativas da Marvel desde WandaVision e Eternos. É um lembrete de que ainda é possível criar algo novo dentro desse universo tão saturado, sem perder a humanidade dos personagens.
Mais do que uma boa surpresa, Thunderbolts é o filme que a Marvel precisava neste momento. Ele reacende a esperança de que o estúdio ainda pode emocionar, entreter e, quem diria, fazer o público chorar em uma sessão de super-heróis.
Ah, e sim: o asterisco no título faz todo o sentido — mas você vai precisar assistir para entender. E não saia antes dos créditos: há duas cenas que deixam o futuro do MCU ainda mais intrigante.
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