Crítica | Starfield: quão grande é seu universo?

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Lançado em Setembro de 2023, Starfield se tornou um sucesso entre os jogadores da Microsoft

Autor Cadu Maciel
Cadu Maciel

Publicado em 23 de Outubro de 2023, às 16h23

Starfield é um universo próprio. (Foto: Divulgação / Cadu Maciel / Geekship)Starfield é um universo próprio. (Foto: Divulgação / Cadu Maciel / Geekship)

Um dos jogos mais esperados do ano foi lançado com grande sucesso. Starfield, da Bethesda, fez jus ao que se esperava: com cerca de 120 sistemas solares, com 1700 planetas e luas ao todo, o universo de Starfield é enorme. E as histórias espalhadas por ele também.

Starfield tem algumas cidades que se destacam. Nova Atlântida, o símbolo da colonização espacial; Neon, a cidade dos prazeres; Akila, o coração da Federação Freestar.

Apesar disso, a exploração dentro do universo do jogo pode se tornar extremamente repetida com o passar do tempo – e dos planetas.

Starfield: quão grande é seu universo?

Starfield se passa no ano 2330, alguns séculos após a humanidade partir do planeta Terra devido ao fim iminente da atmosfera. Com o passar dos anos, os humanos ocuparam boa parte da galáxia, e levaram vida à planetas totalmente diferentes uns dos outros.

Entretanto, quando se mergulha de fato em Starfield, um novo universo se abre. Missões e personagens diversos se apresentam, e você pode ajudá-los da sua própria maneira.

Antes de fazer a análise do jogo, decidi não apenas completar o modo história, mas explorar uma boa parte das missões secundárias (ou pelo menos o máximo que eu conseguisse).

Starfield é um universo próprio. (Foto: Divulgação / Cadu Maciel / Geekship)
A Frota Escarlate pode ser um problema ou uma solução. (Foto: Divulgação / Cadu Maciel / Geekship)

Me tornei um soldado, me tornei um pirata. Me tornei um herói, me tornei um criminoso. E tudo isso aconteceu de forma natural, enquanto as missões principais eram completadas.

Ainda assim, a sensação de que a história não caminha é grande demais para ser ignorada. De fato, o jogo apresenta uma variação enorme de missões e tarefas. No entanto, as missões principais são todas muito parecidas – e extremamente entediantes.

Vá ao planeta, siga o ponto indicado no visor, entre na caverna e pegue o objeto. Volte à nave, volte à Guarida, conclua a missão. Sinceramente, cansei de fazer esse mesmo processo. Além disso, as missões que garantem poderes especiais eram ainda mais chatas.

Starfield não é uma história, e sim um universo

Dessa forma, a cada missão principal concluída, fica ainda mais claro que o universo da Bethesda foi criado para ser explorado. Ele é amplo e diverso, mas deixa a desejar depois de um tempo. Muitos planetas são desérticos e não possuem nada além de alguns pontos de exploração aleatórios.

Ainda assim, as grandes missões secundárias te fazem amar o jogo. É uma experiência incrível para quem ama se aventurar, de maneira casual.

Entretanto, o ponto que mais me decepcionou em Starfield foi o diálogo. Em diversas ocasiões, conversar com os personagens à sua volta acaba com a imersão. Em um momento, você é um explorador espacial, viajando pelo universo em busca de respostas.

No outro, você é um jogador, tentando se comunicar com Sarah Morgan enquanto ela te responde da maneira mais robótica possível (“Já terminamos de conversar? Adeus.”). É normal que nem todos os diálogos do jogo sejam incríveis ou longos. Mas, em alguns momentos importantes da história, os diálogos me deixaram irritado e acabaram com a imersão.

A falta de escolhas também pode incomodar. Há diálogos em que você deseja falar algo que não está entre as opções disponíveis. Se o jogo preza pela liberdade, deveria dar mais liberdade nos diálogos também, que de vez em quando te forçam a escolher entre isso ou aquilo (enquanto você quer defender os dois).

Starfield é um universo próprio. (Foto: Divulgação / Cadu Maciel / Geekship)
Visitando a expedição Apollo 11. (Foto: Divulgação / Cadu Maciel / Geekship)

O universo não é para todos, mas pode muito bem ser para você

No final das contas, Starfield nitidamente não é focado na história. Ainda assim, você deveria dar uma chance para o jogo. O combate é excelente, os gráficos são, no geral, bons, e o universo é maravilhoso.

As missões secundárias e os mistérios do universo são incríveis de se explorar, e há muita coisa para se fazer. Se conseguir, o ideal é jogar as tarefas secundárias e evoluir a história apenas quando não te sobrar nada. Será muito mais divertido, fará muito mais sentido no final e trará muito mais peso para o enredo principal.

Jogue como um explorador, e se sinta o mais livre possível no meio das inúmeras estrelas de Starfield – porque esse é o intuito deste universo.

Starfield está disponível nos Xbox Series S | X, além dos computadores Microsoft Windows, e está incluso no Xbox Game Pass.

Starfield é o primeiro novo universo em 25 anos da Bethesda Game Studios, os criadores premiados de The Elder Scrolls V, Skyrim e Fallout 4. Neste RPG de próxima geração ambientado entre as estrelas, você poderá criar qualquer personagem que quiser e explorar com liberdade enquanto você embarca em uma jornada épica para responder ao maior mistério da humanidade.