Conheça Simon Stålenhag o autor por trás de The Electric State
Simon Stålenhag é o autor que foge de qualquer clichê que já estamos acostumados. Conheça o autor da obra original de The Electric State
Publicado em 31 de Janeiro de 2025, às 00h23
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Simon Stålenhag é um nome que vem se destacando no cenário artístico de maneira intensa, mas, ao mesmo tempo, singular.
Ele nasceu em 20 de janeiro de 1984 e além de artista, é músico e ilustrador sueco reconhecido por suas ilustrações digitais retrofuturistas. Seu trabalho se destaca por retratar cenários nostálgicos da Suécia, misturados a elementos de ficção científica e histórias alternativas. Suas criações serviram de base para a série Tales from the Loop, lançada em 2020 pela Amazon Prime Video, e para o filme The Electric State, ainda inédito, da Netflix.
Sua arte vai além das convenções tradicionais, buscando algo mais profundo e original, que mistura nostalgia com a vanguarda da tecnologia. Ele não é apenas um ator ou criador de conteúdo; ele é um narrador visual. Um mestre da comunicação não verbal, que transforma cada movimento e olhar em uma expressão única de emoção e significado.
Sendo assim, é nítido que seu trabalho reflete uma busca por entender e transmitir a complexidade humana, com ênfase em momentos de introspecção e silêncio. E é nesse olhar que reside grande parte do poder de sua atuação.
A trajetória de Simon Stålenhag: da nostalgia à inovação
Nascido e criado em uma época em que a nostalgia era uma força poderosa, ele cresceu absorvendo influências da cultura pop e arte clássica. Desde jovem, ele foi imerso em filmes, jogos e livros que moldaram sua visão sobre o mundo e a atuação.
Desde pequeno, Stålenhag demonstrou interesse pela arte, desenhando paisagens da região rural onde cresceu, perto de Estocolmo. Inspirado por artistas como Lars Jonsson, Ralph McQuarrie e Syd Mead, ele começou a incorporar elementos de ficção científica em seus trabalhos. Inicialmente, essas obras eram apenas projetos paralelos, mas logo ganharam identidade própria.
Aliás, seu estilo combina a estética dos anos 80 e 90 com tecnologia avançada, criando um universo visual único. Entre robôs gigantes e megaestruturas, seus cenários sempre incluem elementos comuns do cotidiano sueco, como carros da Volvo e Saab.
Porém, ao contrário de outros que se contentam em apenas revisitar essas memórias, Stålenhag escolheu ir além. Ele não queria apenas reviver o passado; ele queria misturá-lo com o presente e a tecnologia. Portanto, conseguiu criar uma fusão de estilos que homenageia o que passou, ao mesmo tempo em que olha para o futuro.
Essa mistura de nostalgia com inovação está presente em todos os seus trabalhos, seja em filmes ou outras formas de expressão. Ele consegue pegar referências antigas e reimaginá-las, fundindo o analógico com o digital. Sua arte não se limita a uma geração; ela conversa com o passado e o futuro, tocando uma parte da memória coletiva que conecta o espectador a algo familiar, mas ao mesmo tempo desafiador e novo.
Expansão da Obra
Além de seus trabalhos autorais, Stålenhag ilustrou 28 imagens de dinossauros para exposições do Museu Sueco de História Natural, revivendo um interesse de infância. Também criou artes para o Centro de Resiliência da Universidade de Estocolmo, imaginando cenários resultantes do aumento do nível do mar devido às mudanças climáticas. Seu talento ainda foi requisitado para materiais promocionais do jogo No Man’s Sky.
O processo criativo de Stålenhag envolve o uso de um tablet Wacom e técnicas que imitam a pintura a óleo. Apesar de ter testado diferentes materiais físicos, como guache, ele optou pelo digital, buscando preservar a naturalidade das pinceladas. Muitas de suas ilustrações são baseadas em fotografias, que ele transforma em esboços antes de finalizar a arte.
Os Livros de Simon Stålenhag
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Inicialmente, suas obras estavam disponíveis gratuitamente online, mas logo ganharam versões físicas. Seu primeiro livro, Tales from the Loop (Ur Varselklotet, no original), foi lançado em 2014, seguido por Things from the Flood (Flodskörden) em 2016. Ambos exploram um acelerador de partículas supermassivo chamado Loop.
Em 2017, Stålenhag apresentou The Electric State, uma visão melancólica do oeste dos Estados Unidos, financiada via Kickstarter. A trama acompanha uma garota e seu robô de companhia viajando pelo estado fictício de Pacifica. O livro foi finalista do Prêmio Arthur C. Clarke em 2019 e indicado ao Locus Award na categoria Art Book. Seu quarto livro, The Labyrinth, seguiu o mesmo modelo de financiamento coletivo e foi anunciado no fim de 2020.
Adaptações e Impacto Cultural
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O universo de Tales from the Loop também inspirou um RPG de mesa lançado em 2016, que permite aos jogadores explorar mistérios em um cenário nostálgico dos anos 80. A semelhança com Stranger Things foi apontada por diversos veículos, dada a presença de protagonistas adolescentes e a ambientação retrô.
Já a série Tales from the Loop, lançada pelo Amazon Prime Video em 2020, adapta as ilustrações de Stålenhag para a TV. Com oito episódios, a produção contou com roteiros de Nathaniel Halpern e diretores renomados, como Mark Romanek, Andrew Stanton e Jodie Foster.
Outra adaptação aguardada é o filme The Electric State, cujos direitos foram adquiridos pelos irmãos Russo em 2017. O longa contará com produção de Andy e Barbara Muschietti, responsáveis pelos filmes de It: A Coisa.
Outras Atividades de Simon Stålenhag
Além das artes visuais, Stålenhag também se aventura na música. Para promover The Electric State, lançou um álbum de música eletrônica inspirado no livro. Em 2018, apresentou Music for DOS, uma coleção de faixas ambient criadas com teclados antigos e o software Impulse Tracker.
Seu trabalho se estende ainda para o cinema, publicidade e videogames, incluindo a participação no desenvolvimento do jogo Ripple Dot Zero. Com um estilo inconfundível e narrativas envolventes, Simon Stålenhag segue expandindo seu universo criativo e conquistando admiradores ao redor do mundo.
- Leia também: The Electric State: Conheça a graphic novel original
O Olhar de Simon Stålenhag: A Alma da Sua Arte
No entanto, é seu olhar que realmente define Simon Stålenhag como um artista único. Mais do que simples gesto ou detalhe físico, seu olhar se transformou em uma ferramenta de comunicação profunda e envolvente.
Ele possui a rara capacidade de dizer mais com os olhos do que muitas palavras podem expressar. Em suas atuações, o olhar é uma janela para os sentimentos mais complexos de seus personagens. Seja em momentos de tensão, onde sua intensidade se torna quase hipnotizante, ou em cenas mais íntimas e vulneráveis, onde seus olhos carregam uma fragilidade profunda, Stålenhag transforma a expressão ocular em um veículo para explorar as emoções humanas mais sutis.
Esse olhar se adapta ao personagem e à narrativa, sendo uma constante que mantém o público imerso e conectado com a história. Em papéis mais introspectivos, seus olhos se tornam pensativos e profundos, como se estivessem constantemente em busca de respostas.
Em outros, seu olhar se torna mais desafiador, transmitindo determinação e uma intensidade quase elétrica. A habilidade de Simon Stålenhag de modular essa expressão com tanta precisão faz de seu olhar um elemento narrativo essencial, sempre capaz de elevar a história a um novo nível emocional.
A influência do passado e do futuro em suas produções
Simon Stålenhag se inspira em grandes nomes da cultura pop e da arte clássica, mas também entende que seu tempo deve moldar a arte.
A tecnologia é um fator crucial em seu processo criativo, e ele faz questão de explorar novas formas de contar histórias. Se por um lado ele busca resgatar a nostalgia, por outro ele abraça as possibilidades que a inovação traz. Ao longo de sua carreira, Simon Stålenhag tem sido uma ponte entre essas duas realidades — o clássico e o contemporâneo — criando algo novo que respeita suas raízes enquanto explora novas fronteiras.
Além disso, sua formação técnica contribui significativamente para esse equilíbrio. Simon estudou a fundo as artes visuais e a história da interpretação, o que o capacitou a entender não apenas a linguagem corporal, mas também a maneira como os avanços tecnológicos podem enriquecer a performance artística.
Seja em produções que utilizam tecnologia de ponta ou em outras mais intimistas, ele mostra como a tecnologia colabora com a emotividade de um personagem e como os novos recursos revitalizam a nostalgia.
O impacto no público
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O impacto de Simon Stålenhag na audiência é inegável. Seu olhar é uma assinatura que transcende as barreiras da tela, criando uma conexão única com o público. Críticos e fãs frequentemente destacam como ele consegue dar vida a personagens que, muitas vezes, dizem muito sem falar nada.
Críticos especializados apontam que a expressão ocular nas obras de Simon Stålenhag é capaz de preencher as lacunas da narrativa quando as palavras não são suficientes. Em seus melhores momentos, o olhar dele vai além da atuação; ele se torna uma verdadeira linguagem universal, capaz de falar diretamente ao coração de quem assiste.
Essa habilidade de transmitir sentimentos complexos e profundos através de um simples olhar se tornou uma das marcas registradas de Simon. Aliás, ele é capaz de criar uma tensão dramática com um olhar distante, uma doçura com um leve brilho nos olhos, e uma força com um olhar penetrante.
Cada produção sua se torna uma experiência emocional, onde o público é guiado pelas nuances do seu olhar, como se fosse o fio condutor da trama.
Por fim, Simon Stålenhag é, sem dúvida, um dos artistas mais fascinantes da atualidade. Sua capacidade de fundir nostalgia com inovação, sua habilidade em usar a tecnologia a favor da narrativa, e seu olhar inconfundível, que se tornou sua marca registrada, o colocam em um patamar único. Ele não apenas interpreta personagens, ele os reconfigura, os mergulha em um universo emocional que vai além do que é escrito ou dito. Através de seus olhos, ele conta histórias, revela segredos e transmite sentimentos que tocam profundamente a audiência.