Crítica 2º temporada de Sweet Tooth: inocência, medo e família

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A 2ª temporada de Sweet Tooth estreou hoje na Netflix e podemos aprender muito com ela.

Gabriel Barbosa

Publicado em 27 de Abril de 2023, às 04h02

2 temporada de Sweeth ToothAlgumas perguntas foram respondidas na 2ª temporada de Sweeth Tooth, mas outras surgiram. Foto: Divulgação

A 2ª temporada de Sweet Tooth, série original da Netflix, criada por Jim Mickle, inspirada na série de quadrinhos da DC Comics, entregou muito mais do que poderíamos esperar.

O enredo da série, para os novos marujos nesse barco, gira em torno do vírus Flagelo, que até então tinha suas origens desconhecidas e que resultou no fim do mundo. Esse vírus matou grande parte da população humana e fez com que os sobreviventes fossem divididos em grupos e milícias, que fazem de tudo para sobreviver, inclusive descobrir de onde ele surgiu e como combatê-lo. Nisso, surgiram as crianças que são híbridas, metade humanas e animais, e os humanos acreditam que elas são as responsáveis.

É certo dizer que cada detalhe da trama, desde cenários à trilha sonora, é cativante para os olhos e fazem com que eles brilhem a cada segundo, inclusive de emoção. Afinal, Gus (Christian Convery) continua sendo o personagem principal e é impossível não se apegar a ele e a sua história, que ainda segue com nuances, mas que faz com que ele saia da tela e pegue nossas mãos para acompanhá-lo em sua jornada.

Christian Convery como GUS no episódio 4 da primeira temporada de Sweet Tooth Foto: Divulgação/Netflix – Kirsty Griffin

Seguindo ainda detalhes e complementos da primeira temporada, onde os híbridos se escondem e vivem às sombras dos humanos, aqueles que querem protegê-los é claro, pois dos demais, eles precisam fugir, a série não se perdeu, pelo contrário, ela se complementa em cada momento. 

Nessa temporada, certamente você será surpreendido por perceber como os híbridos que não falam se comunicam. Afinal, durante a primeira foram óbvios os sinais de que o fato de Gus falar da mesma forma que humanos, é algo que surpreende a todos.

De forma, não muita enrolada, é certo dizer que, assim como a primeira, percebemos que a criança na trama, a híbrida no caso, é obrigada a amadurecer o quanto antes, mesmo sem saborear o gosto da vida, portanto, elas não conseguem sentir a saudade da liberdade que foi tomada delas.

Emoção e família, são traços marcantes na temporada e que foram explorados até o fim, como podemos perceber em cada episódio da obra. Até onde iremos por aqueles que amamos e quando deixamos de fazer algo pelo outro e isso se torna algo nosso? São perguntas que podem surgir e que são respondidas em cada episódio. 

Sweet Tooth (da esquerda para a direita) Amy Seimetz como Birdie e Will Forte como Richard no episódio 7 da primeira temporada Foto: Divulgação/Netflix – por: Kirsty Griffin

Nessa temporada conhecemos um pouco do passado dos personagens e algumas, confesso, pode não ser muito agradável, mas a trama também retrata a redenção, uma tentativa de apagar os erros que ficaram para trás. Em cada episódio, mesmo que de forma breve, há respiros para uma lágrima e outra.

Posto isso, as histórias dos personagens surgem como uma colcha de retalhos, de diversos fios, e os roteiristas conseguiram encaixar muito bem no enredo, o que deixa a ideia central concisa, sem enrolação e fácil de entender, deixando poucas pontas soltas, mas despertando a curiosidade.

De fato, é certo dizer que a série nos ensina muito, não somente sobre pessoas, mas como um entender errado e a pressa podem ser prejudiciais para a nossa própria história. Assim como também nos ensina sobre família, que não precisa ser de sangue para ter essa consideração, e que os caminhos difíceis podem ser mais fáceis se tivermos alguém do nosso lado, pois nem tudo conseguiremos fazer sozinhos.

Christian Convery como GUS no episódio 1 da primeira temporada de Sweet Tooth Foto: Divulgação/Netflix – por: Kirsty Griffin

O roteiro da trama não é algo difícil, o que faz com que o telespectador abrace ainda mais a série. Sem falar então na presença de um narrador que torna a experiência ainda mais cativante, colaborando com o drama, o terror e a violência do mundo pandêmico de Sweet Tooth.

Teriam elogios de sobra para a trama, o que seria preciso recorrer ao dicionário em busca de palavras que fazem jus a obra e não me faça ser redundante. Portanto, para quem assistiu a primeira temporada, ficará contente com o rumo da segunda.