Análise: Live-Action de Yu Yu Hakusho foi um fracasso?

O Live-Action de Yu Yu Hakusho, produzido pela Netflix, levantou diversas opiniões desde o seu lançamento no dia 14 de dezembro. O anime criado por Yoshihiro Togashi foi sucesso de audiência nos anos 90, mas para uns, a adaptação feita por Sho Tsukikawa em parceria com a vermelhinha não passou de um completo fracasso. Aliás, mais um para entrar na extensa lista de adaptações ruins e que deixaram a desejar no mundo dos animes.

A série foi confusa, com tudo acontecendo muito rápido. Tivemos muitos cortes na história original (o que é compreensível, uma vez que estamos falando de uma adaptação), mas que nos passou a sensação de que com mais recursos, o trabalho final poderia ser melhor do que o produto entregue.

Contudo, a Netflix ainda não confirmou se teremos o retorno do detetive espiritual para uma 2ª temporada. Portanto, vamos listar aqui alguns acertos e pontos positivos que a produtora realizou durante a 1ª temporada, que certamente poderão ser mais explorados em uma sequência futura.

Dublagem brasileira impecável

Como era de se esperar, a Netflix acertou em cheio ao trazer o elenco de dubladores original do anime, para a série. Os icônicos Marco Ribeiro (Yusuke Urameshi), Duda Ribeiro (Kurama) e Christiano Torreão (Hiei) deram um show de nostalgia ao reinterpretarem seus respectivos personagens. Infelizmente, nosso querido José Luiz Barbieto, responsável por dar voz a Kazuma Kuwabara no anime, faleceu em 2018. Sendo assim, a bola da vez ficou para Marcelo Garcia, que deu conta do recado e logo mostrou que estava à altura do posto.

Dessa maneira, resgatar frases memoráveis introduzidas no anime, com certeza vai fazer o fã ir a loucura em um possível retorno de Yusuke e seus amigos para uma 2ª temporada da adaptação.

Botan e Koenma

Sobretudo, em minha humilde opinião, a escolha do elenco para o Live-Action de Yu Yu Hakusho não foi o ponto forte da Netflix para o seriado. Alguns atores não nos passarem aquela sensação que tínhamos de um anime bobo e brincalhão, mas também sério e respeitado. No entanto, isso certamente não se aplica a Botan (Kotone Furukawa) e Koenma (Keita Machida), que juntos tiveram uma perfeita sinergia. Kotone e Keita conseguiram resgatar a exata relação entre seus personagens.

Botan, a menina estérica, boba, animada e sempre preocupada com os heróis da saga foi muito bem interpretada na série. Em diversos momentos, foi ela quem roubou a cena na adaptação com seu jeitinho de ser.

Por outro lado, Machida conseguiu capturar bem a essência de Koenma. O líder do mundo espiritual na ausência de seu pai, que tem como característica um estilo mais sério, que, no entanto, se altera em brincadeiras e sagacidade. Junto de Botan, a série trouxe essa proximidade entre os dois, que pode (e deve) continuar no futuro.

Adaptações da história original

É bem verdade que Yu Yu Hakusho teve um desenrolar da história muito rápido. A saga poderia ter sido muito melhor trabalhada se tivéssemos mais episódios ao longo da temporada. Contudo, não há como não dizer que a adaptação do que temos no anime original foi muito bem pensada por Tsukikawa.

A trama consegue incluir mais de 50 episódios do anime, em apenas cinco na série, sem que fique com tantas pontas sem nó. De fato, quem já conhece a obra original, não vai se perder com a adaptação, o que se torna algo mais a se pensar para uma sequência da série. Uma vez quem existem pessoas que ainda não têm conhecimento sobre o anime do detetive.

A expectativa é de que a base da ideia inicial siga a mesma, pois funciona. Mas também é necessário reavaliar pontos que poderiam deixar o seriado mais completo do que realmente foi.