Fragmentos do Horror: vale a pena ler o mangá de Junji Ito?

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Coletânea de contos de horror do mangaká Junji Ito foi lançado no Brasil pela Darkside Books em capa dura

Autor Matheus Rocha
Matheus Rocha

Publicado em 31 de Agosto de 2024, às 18h15

Capa de Fragmentos do Horror, de Junji Ito.Foto: Darkside Books/Reprodução

Junji Ito é um mangaká bastante experiente conhecido, sobretudo, por suas histórias de horror. Talvez sua obra mais famosa seja Uzumaki, que no Brasil ficou conhecida como A Espiral do Horror ao ser publicada pela primeira vez em 2006. De lá para cá, outras histórias bizarras do escritor foram traduzidas, como Fragmentos do Horror, coletânea lançada em 2017 pela Darkside Books.

Junji Ito é um mestre em roteiro e em desenho e sabe como atrair e também assustar seus leitores. Em Fragmentos do Horror, os leitores são apresentados a oito contos de horror muito bem orquestrados e desenhados. Logo abaixo, confira mais detalhes da coletânea e veja se ela vale a pena. Aproveite!

Fragmentos do Horror: qual a história do mangá?

A primeira história de Fragmentos do Horror é a intitulada “Futon”. Trata-se de uma trama muito bem construída em pouquíssimas páginas. Em seguida, os leitores são apresentados ao “Monstro de Madeira”, cuja narrativa é construída com alguns toques macabros e sombrios desde o princípio

Uma mulher se apresenta como estudante de arquitetura em uma casa familiar tombada pelo patrimônio histórico do Japão. A princípio, ela parece ser um perigo e o desenrolar da narrativa se desenvolve em nuances surrealistas.

Em “Tomio”, ou “Gola Rulê Vermelha”, parece que o autor remonta à primeira trama, visto que os personagens possuem os mesmos nomes. Essa história é bastante angustiante e alguns leitores poderão sentir muita tontura, principalmente se for lida em um carro ou ônibus em movimento. A história, inclusive, é a que está estampada na capa e na contracapa. Assim, vale destacar que essa capa também traz referências à história do pássaro negro e à icônica obra de Edvard Munch: O Grito

Capa de Fragmentos do Horror, de Junji Ito.
Foto: Darkside Books/Reprodução

Os contos “Suave Adeus” e “A Mulher que Sussurra” adicionam mais suspense à obra, com dramas muito gostosos de se acompanhar, mas sem grandes construções de medo. O traço nessas duas narrativas são bastante delicados. Já em “Dissecação-chan”, há o ápice da loucura e do realismo fantástico com diversos flashbacks e um simples flashforwards. 

Para “Pássaro Negro”, Junji Ito, assim como em “Dissecação-chan”, traz ares de realismo fantástico e brinca com o elemento do tempo. A figura desse pássaro e um certo plot twist que a trama apresenta são bastante peculiares e chocam o seu leitor. Há também “Magami Nanakuse” que traz, de certa forma, um desfecho apressado, embora tenha personagens muito bem construídos. 

Vale a pena ler Fragmentos do Horror, de Junji Ito?

Um dos principais méritos deste mangaká, além de construir boas narrativas e entrelaçar seus personagens, é de preencher pelo menos uma página inteira (ou até mesmo duas) com o que há de mais perturbador em cada uma das histórias. Outra coisa bastante notável é que há uma espécie de pequeno epílogo, bastante inteligente por sinal, em cada história, para encerrá-la de uma forma concisa. Alguns desses epílogos são maiores e mais descritivos, outros terminam com apenas uma frase ou quadrinho.

Para finalizar, é válido ressaltar que a edição da Darkside Books ajuda muito no fascínio para com a obra, principalmente porque a edição em capa dura traz a história da gola rosê em foco, como já citado. Além do verniz localizado que à contra a luz nos revela diversas outras referências diretas das histórias, as páginas em preto para introduzir os contos e a tipografia escolhida para ler o epílogo oficial da coletânea escrita pelo autor facilitam e deixam a leitura mais confortável

A folha de rosto, se olhada por mais de trinta segundos, causa certo desconforto e pode até deixar nosso cérebro confuso. Sem dúvidas, essa coletânea é a cara dessa editora que traz sempre diversas histórias de horror, mistério e morte para os leitores. 

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