One Piece (Netflix): Primeiras impressões

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Live action de One Piece começa muito bem, com adaptações que agradam e fidelidade em muitos pontos importantes.

Léo Fuita

Publicado em 1 de Setembro de 2023, às 11h16

Emily Rudd como Nami, Iñaki Godoy como Monkey D. Luffy, Mackenyu Arata como Roronoa Zoro(Da esquerda para a direita) Emily Rudd como Nami, Iñaki Godoy como Monkey D. Luffy, Mackenyu Arata como Roronoa Zoro na 1ª temporada de One Piece. Foto: Casey Crafford/Netflix © 2023

Todo fã de mangá e anime tem um pé atrás contra adaptações live action de suas obras favoritas. Algo que é justificado, principalmente quando falamos de filmes feitos pelos EUAs, como Dragon Ball Evolution, Death Note e Os Cavaleiros do Zodíaco. Filmes que são horrorosos e não conseguem nem sequer divertir um pouco. O que, pelo menos nesses dois primeiros episódios da nova adaptação de One Piece pela Netflix, parece não proceder.

Decidi escrever um texto antes de terminar para colocar as minhas primeiras impressões sobre essa adaptação tão esperada. O que pode mudar quando ver o resto dos episódios, mas que sinceramente acho muito difícil decair tanto depois de um começo tão promissor.

Um dos maiores problemas de adaptar o modelo serializado de mangá é a maneira como se faz. Por ser algo que precisa, por exemplo, ganhar o público nos primeiros capítulos, temos uma dinâmica bem episódica em quase todo início de mangá. O que, se transposto para o live action, fica estranho e pode fazer com que as pessoas percam o interesse muito cedo.

Iñaki Godoy como Monkey D. Luffy na 1ª temporada de One Piece. Foto: Cortesia da Netflix © 2023

O que já mostra o primeiro grande acerto da série. Ela conta a história dos tempos atuais, em que Luffy encontra Nami e Zoro e está indo atrás do seu sonho, ao mesmo tempo que intercala com o passado do protagonista. Contando com uma direção muito bem feita e que acerta na maneira como constrói os momentos de luta, de humor e de tensão desde o começo. Nos fazendo acreditar nesse mundo cartunesco sem precisar de grandes explicações sobre ele de maneira expositiva.

Acho que a construção da confiança, principalmente do Zoro, com o Luffy é um pouco apressada, mas entendo que não é algo que pode levar muito tempo na série. Mas ao mesmo tempo a Nami é talvez o grande destaque desse início, nos mostrando que é muito mais complexa do que uma ladra, e que sabemos que culminará no melhor arco do começo do mangá.

Algumas adaptações me parecem ser bem interessantes. O fato do Buggy se tornar um personagem muito mais sério do que no mangá é para mim um ponto extremamente positivo. Tornando o segundo episódio muito mais sério e assim passando uma vibe muito mais complexa desse personagem. Algo que parece bobo no mangá e que, para mim, me fez gostar (ou desgostar) muito mais do personagem aqui.

(Da esquerda para a direita) Armand Aucamp como Bogard, Morgan Davies como Koby na 1ª temporada de One Piece. Foto: Joe Alblas/Netflix © 2023

As lutas, que também são um ponto que poderia ficar estranho, são muito legais. Parece claro como se esforçaram muito na direção delas para que não ficassem bobas, como em muitos outros live action, e passar uma sensação de perigo e complexidade.

Mas acho que nada disso funcionaria sem personagens carismáticos. Até mesmo o Koby que é só insuportável no começo do mangá ficou mais palatável na versão live action. Com um destaque para o ator do Luffy que exala um carisma bizarro e que nos faz gostar dele imediatamente.

Ainda faltam 6 episódios mas gostei do que vi no começo dessa adaptação. Admito que estava no time que achava que ia ser algo péssimo e não botava fé alguma. Mas fico feliz de ver que, talvez, possamos ver uma adaptação realmente legal de um mangá japonês feita em solos estadounidenses. Me deixando ansioso para o que virá e, talvez, querendo ver como eles vão conseguir ir adiante com essa história tão grande e complexa que todos nós amamos.

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